Quatro câmaras principais, fotografias e vídeos à noite com visão superior ao olho humano e zoom ótico 5x e inédito zoom digital 50x. Huawei lançou esta terça-feira, em Paris, o seu novo smartphone topo de gama, o P30 Pro (e a gama P30). Chega em abril.
A cidade das luzes volta a ser o palco, na primavera, de mais um evento da Huawei. Depois do ano passado ter sido lançado aqui, em Paris, o P20 Pro, com três câmaras (uma delas grande angular, ao estilo câmaras de ação) e muita inteligência artificial associada às câmaras, agora é o P30 Pro com soluções fotográficas inéditas. Richard Yu, o CEO da empresa chinesa, garante que a marca consegue, cada vez mais, trazer “tecnologia de câmaras profissionais para os smartphones”. “Vamos reescrever as regras da fotografia, além da visão humana, é um novo capítulo da fotografia em aparelhos móveis”, diz Yu.
Numa altura em que a rivalidade nos smartphones anda ao rubro e poucas semanas depois da Samsung lançar o seu S10 (que passa a ser toda uma gama completa de modelos, à semelhança da estratégia que a Huawei tem seguido com as suas gamas), a Huawei apresentou argumentos convincentes em Paris. A marca chinesa tem estado envolta em alguma polémica graças aos EUA, mas é já a segunda empresa que mais smartphones vende no mundo, cada vez mais próxima da Samsung e, em Portugal, como falámos em fevereiro, tornou-se na rainha das vendas.
P30 Pro, quatro câmaras e zoom de 5x a 50x
Com um ecrã de 6,47 polegadas OLED, o P30 Pro tem uma resolução Full-HD+ (1080 x 2340 píxeis) e um formato alto e estreito. O notch de apenas 6,64mm, agora, assume a forma de gota de água para ocupar o mínimo espaço possível de ecrã, contrastando com o chamado punch hole a que a Samsung aderiu no novo S10.
Mas o foco da empresa são as câmaras. A traseira do P30 Pro inclui quatro lentes fotográficas, superando aquilo que a marca tem feito já com o P20 Pro e o Mate 20 Pro em 2018, que tinham três. A Huawei promete, com ajuda de novas funções e formas de usar as câmaras uma revolução na fotografia.
Continua a ter o alinhamento triplo, de três câmaras, com sensor de 40 MP e abertura focal f/1,6. Seguido da câmara de 20 MP, com grande angular (abertura focal de f/2,2). A terceira câmara de 8 MP agora tem zoom ótico de 5x, antes era de 3X, numa clara aposta da marca de ter zoom de longo alcance com sistema de óticas alinhadas (abertura focal de f/3,4). Incluído está estabilização ótica da imagem (OIS). O zoom digital dá agora para tirar fotos até 50x (antes era 10x) de aproximação, um registo inédita num smartphone. Os exemplos mostrados em palco, em Paris, de fotos tiradas ao longe da Torre Eiffel, com vista depois de pormenores com o zoom digital de 50x, mereceram palmas no evento da marca.
O que faz a quarta câmara? Para já está algo escondida ao lado das três lentes principais, perto do flash. É a chamada Time of Flight para dar uma perceção 3D do espaço às fotos e vídeos, o que deve ajudar a focagem e trazer possibilidades para a aplicação de soluções de realidade aumentada. Já a câmara selfie é de 32 MP e inclui uma lente grande angular, num smartphone que grava vídeo em 4K a 30 fps.
Além do estabilizador ótico, a Huawei introduz o que chama de AIS, estabilizador para tirar fotos à distância e sem tripé, que usa inteligência artificial e demora alguns segundos para melhorar a qualidade de fotos mesmo com zoom.
Outras das novidades é uma nova função que permite gravar em simultâneo com duas câmaras (o ecrã aparece dividido), um com zoom e outra sem zoom. O conceito é peculiar e permite vídeos diferentes do habitual, como se fosse edição em tempo real, mas só chega com a atualização de software da Huawei, a partir de 5 de abril.
Huawei lança smartphone com zoom 50x
Publicado por Dinheiro Vivo em Terça-feira, 26 de março de 2019
Sensibilidade à luz superior às DSLR?
A Huawei estreia no P30 Pro o primeiro sensor RYYB do mundo, com mais cores, com um filtro que usa algoritmos de processamento de imagem para ter fotos com mais luz e cor do que nunca. Richard Yu mostrou em palco dezenas de exemplos de fotos noturnas incríveis onde o P30 Pro conseguiu captar estrelas no céu, auroras boreais e afins melhor do que os rivais iPhone Xs Max e S10 Plus – tudo coisas para confirmar em futuro teste.
A Huawei indica que o novo smartphone tem a melhor sensibilidade à luz num smartphone e supera mesmo por larga margem a DSLR Canon 5D. Um dos exemplos, aliado ao zoom digital de 50x apresentado em palco, foi fotos da lua, que torna-se bem visível no novo modelo da Huawei. Numa demonstração em palco, com um iPhone Xs Max, Samsung S10 Plus e o novo P30 Pro também se viram resultados impressionantes em fotografia com pouca luz (e em zoom) face à concorrência.
O corpo de “vidro 3D”
A construção volta a juntar metal com o vidro e o processador é o novo SoC Kirin 980 da HiSilicon (o chipset já com dual NPU), um octa-core com 7 nm que, diz a Huawei, o torna perfeito para explorar melhor a inteligência artificial tanto nas funções gerais como na forma como a câmara reconhece objetos e espaços e adequa a fotografia consoante o tipo de ambiente em que estejamos.
A Huawei aderiu ainda ao leitor de impressões digitais no ecrã (30% mais rápido do que acontecia no Mate 20 Pro), como já vimos Oneplus e Samsung fazerem. A bateria de 4200 mAh de capacidade é do melhor que há neste segmento e o carregamento rápido a 40 W, por cabo (carregamento rápido sem-fios a 15 W) não desilude os fãs da marca que, tal como o Mate 20 Pro já fazia, podem carregar outros dispositivos móveis a partir do seu P30 Pro (é o carregamento sem-fios reversível).
Com 8GB de memória RAM, o armazenamento vai dos 128 GB aos 512 e é expansível por cartão NM. Está disponível em Preto, Ice White ou Branco, Aurora Blue ou Azul e em Sunrise Red ou Vermelho. O sistema operativo é o Android Pie 9.0, com a interface EMUI 9.0 da própria marca.
Deve chegar a 6 de abril, mas as pré-vendas começam já hoje.
Os preços:
P30 Pro – 999 euros
P30 (6,1 polegadas) – 799,99 euros
Óculos, que são auscultadores e microfone
A Huawei quis ainda mostrar uma nova solução, para nos ligarmos ao nosso smartphone através de óculos que chama inteligentes. Embora não haja projeção de imagens nas lentes, como já se viu em modelos protótipos como o Google Lens ou o Microsoft Hololens, permite substituir os auscultadores já que dão som e têm microfone incorporado.
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