Universidade Nova de Lisboa está a desenvolver sistema com robôs-veículo e armazém inteligente para criar ecossistema autónomo de distribuição de passaportes e cartões do cidadão mais eficiente.
Os robôs estão na moda e, agora, é a Casa da Moeda – Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) – a querer ‘beber’ o que de melhor a robótica e a inteligência artificial têm. O objetivo? Tornar o processo de recolha e distribuição de cartões do cidadão (CC) e passaportes mais eficiente, inteligente e rápido.
Na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Nova de Lisboa, o departamento Robotics & Industrial Complex Systems (RICS) está a trabalhar neste projeto robótico ambicioso chamado INTMOB. O projeto inicial que ganhou um prémio de inovação era de 500 mil euros para um robô autónomo. Entretanto, o projeto aumentou e passou a ter 1,7 milhões de euros de financiamento.
“O INCM passou a pretender que fizéssemos todo um ecossistema para tornar mais eficiente a entrega de passaportes e cartões de cidadão para todo o país”, explica o investigador José Barata, responsável do projeto, que admite que “tudo ficará mais inteligente e automático. Para isso, estão a desenvolver dois veículos-robô diferentes, dois braços robóticos (para colocar e tirar o material dos robôs) e uma máquina de armazenamento inteligente e completamente robotizada dos passaportes e CC.
Se o primeiro veículo-robô recolhe os documentos da máquina que os produz e transporta para o armazém inteligente, este último organiza os passaportes e CC por zona do país (faz a sua leitura digital para o efeito) e devolve-os, por ordem, para um segundo robô (este último com uma cúpula com a máxima segurança) que os encaminha para os locais de distribuição. Tudo isto dentro da Casa da Moeda, embora o último robô saia da zona considerada mais segura e limitada, daí ter a cúpula de segurança. Em 2019 já terão boa parte da tecnologia pronta para testes.
A automação vai permitir ganhar muito mais eficiência e rapidez nos processos e uma grande poupança no número de viagens para cada zona do país (com a organização dos documentos por zonas, serão menos as viagens feitas). O projeto vai permitir ter uma maior segurança (e saber a localização exata) relativamente a todos os materiais de valor transportados dentro da INCM, como também libertar os colaboradores de tarefas pesadas e automatizadas. “O objetivo não é tirar empregos às pessoas”, diz-nos o responsável do projeto.
Este departamento, o RICS, da Nova de Lisboa também já fez um robô autónomo para uma fábrica de automóveis na Turquia. Na verdade, parte dessa tecnologia vai agora ser reutilizada no projeto da Casa da Moeda.
Inovação: Um barco autónomo é outro dos projetos
O departamento RICS da Nova de Lisboa tem ainda um barco autónomo associado a um drone autónomo, num projeto que se destacou num concurso no Dubai como meio de vigia do mar e eventual auxílio a migrantes em apuros. Neste caso, trata-se de um pequeno catamarã com um sonar que consegue detetar volumes na superfície da água, um laser que consegue “ver” a 360 graus e determinar uma posição com uma precisão a cinco centímetros. O drone autónomo está a ser testado na agricultura.