Como é que a tecnologia vai reduzir a fome no mundo? A IBM explica

A IBM volta a fazer a sua já habitual previsão do futuro com as chamadas 5 inovações para os 5 próximos anos, onde não falta blockchain, IoT e inteligência artificial.

Chama-se “5 in 5” e é já um acontecimento para prever as tendências dos próximos anos. A IBM revelou agora as cinco inovações científicas e tecnológicas que prevê para os próximos cinco anos. O anúncio foi feito no Think 2019, o evento anual da multinacional dedicado às mais recentes inovações e tendências tecnológicas que decorre até amanhã, em São Francisco.

Para responder aos desafios de uma população mundial em crescimento e ao esgotamento do ecossistema alimentar, os investigadores da IBM estão a trabalhar em cinco tecnologias, baseadas em IA, blockchain, IoT e cloud, que irão mudar radicalmente a cadeia de abastecimento alimentar nos próximos cinco anos.

Estas são as cinco temáticas:

1)        Sobre as sementes… Um gémeo digital da agricultura vai ajudar a alimentar uma população crescente recorrendo a menos recursos;
Como fazer com que um agricultor que nunca teve conta no banco tenha acesso a um crédito? Digitalizando e capturando todos os detalhes do processo agrícola, desde a qualidade do solo, às competências de condução de um tractor, até ao preço do melão vendido no mercado. Conhecido como Digital Twin e recorrendo à IA (Inteligência Artificial), nos próximos cinco anos, será possível utilizar estes dados para prever com precisão o rendimento das colheitas, ajudando os agricultores na sua expansão.

2)        Sobre as colheitas… A Blockchain irá impedir que os alimentos sejam desperdiçados;
Prevê-se eliminar muitos dos custos desconhecidos no processo de produção alimentar. Dos agricultores aos fornecedores, cada participante no processo de produção irá saber exatamente a quantidade que deve plantar, encomendar e enviar. O desperdício alimentar irá diminuir substancialmente e os produtos que chegam aos supermercados serão mais frescos – assim que se combine a tecnologia Blockchain, com dispositivos de IoT e algorítmos de IA.

3)        Sobre as prateleiras…. Mapear o microbioma irá proteger-nos das bactérias prejudiciais;
As autoridades de segurança alimentar vão ganhar um novo superpoder: a capacidade de entender a forma como milhões de micróbios coexistem ao longo da cadeia de abastecimento alimentar. Estes micróbios – alguns saudáveis para consumo humano, outros não – são regularmente introduzidos em alimentos agrícolas, fábricas e mercearias. Com uma nova técnica que permite analisar de forma rápida e de baixo custo o comportamento dos micróbios presentes em toda a rede alimentar, iremos assistir a uma melhoria significativa na segurança do que consumimos.

4)        Sobre a mesa… Sensores de IA irão detetar agentes patogénicos alimentares em casa;
Os agricultores, os processos de produção e os pontos de venda – em conjunto com os milhões de utilizadores domésticos – vão poder detetar sem esforço as bactérias perigosas dos alimentos. Para isso, apenas irão precisar de um telemóvel ou outro dispositivo com sensores de IA. Os investigadores da IBM estão a criar poderosos sensores de inteligência artificial que permitem detetar agentes patogénicos transmitidos por alimentos. Estes sensores de bactérias móveis podem acelerar o resultado de um teste de agentes patogénicos, que antes demorava dias, para segundos, permitindo que os indivíduos detetem a existência de E. coli ou Salmonellas prejudiciais à saúde, em qualquer ponto da cadeia alimentar.

5)        Sobre o lixo… Um novo processo de reciclagem radical irá dar uma nova vida ao plástico antigo.
A eliminação de resíduos e a criação de novos plásticos serão completamente transformados. Tudo, desde pacotes de leite ou caixas de bolachas, a sacos do supermercado ou até roupas, será reciclável. As empresas de fabrico de poliamida serão capazes de reciclar o tecido e transformá-lo, conferindo-lhe uma nova utilidade. Esta transição será impulsionada por inovações como o VolCat, um processo catalisador que digere certos plásticos (chamados poliamida) numa substância que pode ser alimentada diretamente nas máquinas de fabrico de plástico e fazer novos produtos.

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