Trata-se de um projeto do MIT, onde um grupo de investigadores desenvolveu um modelo de inteligência artificial preparado para conseguir identificar sinais de depressão só pela forma como a pessoa fala.
Segundo os investigadores responsáveis pelo projeto, uma das primeiras pistas sobre o estado de uma pessoa pode ser reconhecida através do discurso. Segundo Tuka Alhanai, o investigador que lidera o projeto, a ideia é que “este modelo possa ser usado em qualquer conversa normal, para que possa identificar, através da interação natural do discurso, o estado do indivíduo”.
Os investigadores referem que foi utilizado um modelo sequencial, para que possam ‘alimentar’ este projeto com dados (textuais e áudio) de conversas onde estejam presentes pessoas com depressão e pessoas sem registo de depressão. O modelo foi treinado para detetar coisas como a escolha de palavras e até as variações no tom de voz – se é mais efusivo ou monótono, por exemplo.
Nos testes feitos no MIT, o programa conseguiu reunir uma taxa de sucesso de 77% a identificar o indivíduo com depressão em cada um dos casos. Segundo os investigadores, trata-se de uma percentagem de sucesso, que superou os modelos que se baseiam em questões estruturadas para identificar estados depressivos.
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O objetivo não é, de todo, que a IA vá substituir o trabalho de um médico na altura do diagnóstico. A ambição da equipa de investigação é a de que este teste possa vir sim a ser utilizado como uma ferramenta por médicos e profissionais de saúde. “Se o modelo detetar alguma coisa durante a conversa, poderá servir como um aviso para os médicos”, indicam os investigadores, numa nota divulgada pelo MIT.
Além disso, a equipa também refere o interesse em incluir este modelo em aplicações para smartphone, que podem monitorizar mensagens de texto ou chamadas de voz, por exemplo.
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