Portugal e China vão criar um laboratório conjunto de investigação e desenvolvimento tecnológico para o Espaço e para os Oceanos (STARLab).
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, fez o anúncio esta terça-feira à margem do evento Web Summit, em Lisboa. O laboratório, que será financiado em partes iguais pelos dois países, visa desenvolver tecnologias e sistemas de engenharia para melhorar o conhecimento, a gestão e a exploração sustentável dos Oceanos e do Espaço. Prevê-se que esta iniciativa vá mobilizar cerca de 50 milhões de euros nos primeiros anos de atividade e a abertura de centros de investigação e desenvolvimento em Portugal Continental e Shanghai (China).
“Estamos perante uma excelente oportunidade de acelerar o conhecimento sobre os oceanos e o Espaço e cumprir o nosso desígnio de estudo aprofundado do Atlântico. O STARLab possui metas a nível científico que passam pelo estudo de fenómenos naturais e os seus potenciais impactos sistémicos e ambientais, para tal prevê o desenvolvimento de soluções tecnológicas baseadas, nomeadamente, em microssatélites e na sua integração com plataformas de exploração do mar profundo”, exemplifica Manuel Heitor em comunicado.
“Ao mesmo tempo, irá fortalecer uma parceria de longo prazo entre a China e Portugal nas áreas da Ciência e Tecnologia, passando a ser uma entidade de referência na Europa, de colaboração com a Academia de Ciências Chinesa (CAS), parceira deste projeto”, diz o ministro. A assinatura oficial entre os dois países, que dará origem ao STARLab, ocorrerá no âmbito da visita oficial do Presidente da China a Portugal prevista para o final do ano.
Objetivos do STARLab estão alinhados
O laboratório irá contar com a participação do Instituto de Microssatélites da Academia de Ciências Chinesa, que nos últimos quinze anos foi responsável pelo lançamento de perto de quarenta satélites no âmbito de missões científicas, assim como do Instituto de Oceanografia da Academia de Ciências Chinesa, especializado na avaliação de recursos, alterações climáticas e biodiversidade, estando previsto que outros organismos na órbita da Academia de Ciências Chinesa possam vir a trabalhar com o laboratório.
Do lado nacional, a iniciativa está a ser impulsionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), juntamente com entidades como a TEKEVER, com foco na área de Espaço, e o CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto), com foco na área dos Oceanos. A atividade do STARLab irá envolver centros de I&D e universidades nacionais durante a fase de implementação.