Uma sonda que é financiada maioritariamente por fundos privados vai tentar pousar na superfície da Lua. Israel procura inscrever o seu nome na história da exploração espacial.
A partir de sexta-feira todos os olhos vão estar postos no espaço: não por causa de um eclipse ou de outro fenómeno natural, mas por causa daquela que é a primeira missão lunar privada. O feito vai ser tentado pela SpaceIL, uma empresa israelita sem fins lucrativos.
A sonda que vai alunar tem o nome de Beresheet, palavra hebraica que significa génesis (a fonte, a origem). Na sexta-feira, quando for 01:45 em Portugal Continental, acontece o lançamento, a bordo de um foguetão da SpaceX, mas a alunagem propriamente dita só deverá acontecer sete semanas depois, no dia 11 de abril. E o processo promete não ser meigo.
Como explica a SpaceIL em vídeo, será preciso uma boa coordenação entre a sonda e as órbitas terrestre e lunar para que a missão possa ser bem sucedida.
Mais do que a missão da sonda propriamente dita – espera-se que apenas esteja ativa durante dois dias -, o destaque vai para o facto de a Beresheet poder tornar-se no primeiro equipamento privado a pousar na superfície da Lua.
Segundo informações dadas à publicação The Verge, o custo da missão ronda os 90 milhões de dólares, sendo que deste valor apenas dois milhões foram financiados pelo governo israelita. Todo o restante montante foi conseguido junto de investidores privados.
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Apesar da missão ‘impossível’ que a SpaceIL enfrenta, esta organização tem-se preparado há alguns anos para este objetivo. A entidade foi durante anos uma participante do Lunar X Prize, uma competição que contava com o apoio da Google e que previa um prémio milionário para o primeiro projeto privado a pousar na Lua.
O prazo do concurso foi prolongado mais do que uma vez, mas mesmo assim ninguém conseguiu concluir a missão dentro da janela de tempo estipulada. Em vez de abandonar o seu trabalho, a SpaceIL continuou a desenvolver a sonda.
Uma vez na Lua, a Beresheet deverá enviar para a terra fotografias e vídeo da superfície do satélite e também deverá recolher informações do campo magnético.
Provando que é possível chegar à Lua sem dinheiros estatais, a SpaceIL e a Beresheet podem inspirar uma nova corrida lunar junto da comunidade científica e não só.
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