Amazon despediu mulheres grávidas. Agora chegam os processos

Uma reportagem do site CNET conta histórias de mulheres grávidas, despedidas pelo gigante tecnológico e do retalho, algo que “demonstra um padrão”.

A reportagem do site de tecnologia CNET conseguiu analisar sete processos movidos contra a Amazon por trabalhadoras dos seus armazéns por terem sido demitidas quando estavam grávidas. As ocorrências começaram há oito anos e da acusação há também a indicação de que a empresa não quis compreender as suas necessidades, incluindo pedidos para poderem estar mais tempo na casa de banho e menos horas contínuas em pé.

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Em todos os casos reportados, as mulheres foram demitidas após informarem os seus gerentes de que estavam grávidas. Seis dos casos já foram resolvidos fora do tribunal.

Os casos alimentam a perceção, indica a CNET, de que a Amazon criou condições difíceis para as mulheres grávidas e que as acabou por despedir devido a esse facto.

O caso mais recente, contado pelo site, é o de Beverly Rosales. Depois de ter descoberto que estava grávida, em outubro, uma das primeiras pessoas a quem contou a novidade foi ao seu chefe na Amazon.

A funcionária do armazém de San Bernardino, Califórnia, com 950 m2 de espaço de armazenamento, sabia que teria de fazer intervalos maiores e estava preocupada na reação dos seus chefes no Centro de Satisfação da Amazon. Durante seu turno de 10 horas como controladora de qualidade de bolsas, digitalizava itens, enchia as bolsas e enviava-as para a próxima pessoa.

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Agora, admite, que os seus medos eram justificados. Rosales explica que os seus chefes a pressionaram por demorar demasiado tempo na casa de banho e por estar com um ritmo de trabalho mais lento durante a gravidez. Dois meses depois de ter dito que estava grávida, foi despedida após o Cyber Monday, de novembro, depois de dois anos na empresa, onde ganhava 15 dólares por hora.

Do processo, acusa a empresa de a ter despedido por estar grávida. Rosales explica que a Amazon “preocupa-se apenas com números e não com os funcionários como pessoas”. O caso deve ir a tribunal durante o mês de junho.