Aplicações de teste do Facebook deixam de funcionar no iOS

iPhone iOS 12

Antes de as atualizações chegarem aos smartphones dos utilizadores, são testadas internamente por funcionários das empresas. Depois de se ter tornado público que o Facebook teria uma VPN para recolher dados de utilizadores, em troco de pagamentos, a Apple terá retirado o acesso às apps internas de teste do Facebook, no sistema operativo iOS.

A notícia está a ser avançada pelo site The Verge, que cita uma fonte próxima da situação. “Versões iniciais de teste do Facebook, Instagram, Messenger e outras versões ainda não lançadas de ‘dogfood’ [versões beta, de teste], deixaram de funcionar” no sistema operativo da maçã.

Esta terá sido a forma de a Apple reagir a esta aplicação de pesquisa do Facebook. O site TechCrunch escrevia que este serviço de VPN contornava a App Store, a loja de aplicações da Apple. Segundo os meios internacionais, estas aplicações deveriam ser utilizadas por funcionários da empresa – e não por utilizadores comuns.

Ao site Recode, a Apple terá dito que “se trata de uma quebra no acordo [que o Facebook] tem com a Apple”.

Ao revogar o acesso a estas aplicações de teste no iOS, os funcionários do Facebook não estarão a conseguir ter aceder a muitas das funcionalidades que estão a ser testadas.

O Facebook já emitiu um comentário oficial sobre a notícia da aplicação Research, onde indica que os participantes nesta pesquisa “davam a sua autorização e eram pagos pela participação”. Relativamente ao assunto do bloqueio das aplicações de teste no iOS, a rede social ainda não emitiu o seu parecer.

As relações entre a Apple e o Facebook não estão a atravessar os melhores dias. No ano passado, Tim Cook foi um duro crítico da forma como o Facebook enfrentou o escândalo de privacidade causado pela forma de atuação da Cambridge Analytica. Recentemente, o CEO da Apple voltou à carga, desta vez num artigo para a revista Time, onde pediu mais normas para as tecnológicas e uma maior proteção da privacidade dos utilizadores de redes sociais.

Em jeito de resposta, Mark Zuckerberg, diretor-geral e fundador do Facebook, escreveu um artigo de opinião para o The Wall Street Journal, onde referia que a rede social “não venderia os dados dos utilizadores”.

“Não vendemos os dados das pessoas”, afirma Zuckerberg