Apple mostra estar contra a vontade da UE, que pretende criar um carregador universal. Apple receia entraves à inovação e aumento de lixo eletrónico.
Na semana passada, o Parlamento Europeu voltou a trazer à discussão a ideia de um carregador universal, que pudesse ser aplicado a vários dispositivos móveis, com especial destaque para os smartphones. Uma semana depois, a Apple comenta a ideia do Parlamento Europeu, que promete voltar em breve a ser discutido.
Para a tecnológica americana, esta vontade dos legisladores europeus poderá ser uma forma de limitar a inovação. “Acreditamos que a regulação que força a conformidade em relação a um tipo de conector incluído em todos os smartphones limita a inovação, em vez de encorajá-la e poderá prejudicar os consumidores na Europa e em toda a economia como um todo”, responde a Apple, através de comunicado.
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“Esperamos que a Comissão Europeia continue à procura de uma solução que não restrinja a habilidade da indústria para inovar”, afirmou a tecnológica americana.
Estas declarações mais recentes da Apple estão alinhadas com os comentários feitos há algum tempo, que afirmavam o receio em relação ao impacto de uniformizar os carregadores. De acordo com um estudo feito pela Copenhagen Economics, financiado pela Apple, a criação de um carregador universal custaria pelo menos 1,5 mil milhões de euros. Além do impacto económico, a tecnológica defende também que esta mudança teria um impacto ambiental.
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É justamente na preocupação com o ambiente que a Apple parece estar de acordo com a Comissão Europeia. A 13 de janeiro, quando o Parlamento Europeu voltou a discutir o tema do carregador universal, indicava que a existência de tipos de carregadores diferentes tinha um forte impacto no ambiente. A transição entre carregadores tem um custo associado: o Parlamento Europeu estima que, os carregadores antigos que os utilizadores vão acumulando gerem cerca de 51 mil toneladas de resíduos eletrónicos por ano.
Há já vários anos que a Comissão Europeia está interessada em criar um carregador universal. Desta vez, prepara-se para publicar um estudo até ao início de fevereiro, para perceber o impacto de um carregador universal.
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