A Check Point dá conta de um aumento drástico no número de ciberataques diários ligados ao coronavírus. Pico de ataques aconteceu a 28 de março.
Ao longo das últimas duas semanas, o número de ciberataques ligados ao tema do coronavírus aumentou significativamente, segundo revela a investigação da Check Point. A empresa de segurança indica que, de algumas centenas de ataques ligados a este tema registados em fevereiro, março trouxe um drástico aumento dos números de episódios diários.
Em média, a Check Point indica que estejam a ocorrer 2600 ciberataques por dia, aproveitando o tema do coronavírus. O pico de ataques aconteceu no dia 28 de março, quando foram registados mais de cinco mil ataques. Uma grande maioria dos eventos são ativados através de websites de phishing (84%) e cerca de 2% dos eventos levam a vítima a um site malicioso através do uso de dispositivos móveis.
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A Check Point detalha que considerou como ciberataques ligados ao vírus eventos maliciosos que tenham no domínio as palavras corona ou covid, ficheiros com nomes ligados a corona ou ficheiros distribuídos por email com o tema coronavírus no assunto da mensagem.
Apesar dos aumentos diários, a empresa indica que, entre janeiro e março de 2020, o número total de ataques ao longo de um mês caiu 17%.
Nas últimas duas semanas, a Check Point aponta que encontrou mais de 30 mil registos de novos domínios ligados ao coronavírus e covid-19. Deste número, 131 foram considerados maliciosos e outros 2777 foram considerados suspeitos, estando neste momento em investigação. Desde janeiro de 2020, foram registados mais de 51 mil domínios ligados à pandemia.
Ataques à Netflix duplicaram
Ao longo das últimas duas semanas, o isolamento social tem engordado os números da Netflix, uma das soluções mais apontadas para passar o tempo em casa. A investigação da Check Point revela que o número de ataques de phishing, criados com o intuito de aceder a dados pessoais ou informações de pagamento dos utilizadores, duplicaram. A empresa indica que vários domínios estão a juntar a Netflix ao tema da covid, prometendo opções de pagamento diferentes para obter informação dos utilizadores.
Com a ferramenta de videoconferência Zoom a ganhar adeptos a cada dia que passa, seja para trabalhar ou para comunicar com amigos, também os hackers estão atentos a este aumento de atenção dado à plataforma. A Check Point relata que tem assistido a um aumento do número de registos de domínios com a palavra Zoom e que já identificou ficheiros maliciosos que se fingem passar pela ferramenta legítima. A empresa encontrou mais de 1700 novos domínios registados com o nome Zoom desde o início da pandemia – 25% foram registados na última semana.
“A grande inclinação para ciberataques relacionados com o coronavírus está correlacionada com as notícias pessimistas provenientes com os EUA e a Europa. Ao mesmo tempo que o número de casualidades aumenta, também o número de ciberataques relacionados com o vírus. Podemos esperar que esta tendência se mantenha no curto prazo,” indica Omer Dembinsky, Data Manager of Threat Intelligence na Check Point. “Claramente os hackers estão a mudar os seus alvos que estavam focados em organizações empresariais, mas como a maioria está a trabalhar a partir de casa, para atividades que possam alcançar diretamente os utilizadores nas suas casas, atacando plataformas como o Zoom e a Netflix, com quem recentemente efetuamos análise às suas infraestruturas. É importante para todos exercitar boas práticas de cibersegurança, e ser extra-cautelosos quando recebemos documentos ou links.”
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