A Comissão Europeia vai investigar as práticas comerciais da Amazon, com o intuito de perceber se a empresa está a violar as regras da concorrência.
A investigação foi formalizada esta quarta-feira e anunciada por Margrethe Vestager, a Comissária Europeia para a Concorrência. A investigação terá como intuito perceber se a gigante de e-commerce estará a adotar práticas anti-concorrenciais, que vão contra as regras estabelecidas na União Europeia.
Vestager apontou, em comunicado, que “decidiu analisar atentamente as práticas comerciais da Amazon e o seu papel duplo de marketplace e retalhista, para perceber se está a atuar em conformidade com as regras europeias de concorrência”.
“É preciso garantir que as grandes plataformas online não eliminam os benefícios [do aumento de escolha e melhores preços] através de um comportamento anti-concorrência”.
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Para a Comissão Europeia, a Amazon tem um duplo papel, já que vende os seus próprios produtos na plataforma (Kindles, tablets ou assistentes digitais são alguns dos exemplos) e, ao mesmo tempo, disponibiliza um mercado para vendedores independentes.
É neste segundo campo que a Comissão Europeia encontra um problema: “quando disponibiliza um marketplace, a Amazon está constantemente a recolher dados sobre a atividade na plataforma”, é possível ler. Para a Comissão, a Amazon estará a tirar partido deste acesso a informação sensível.
Com a formalização da investigação, a Comissão Europeia irá agora analisar os acordos que são estabelecidos entre os vendedores e a Amazon e ainda a forma como os dados têm um impacto na forma como é feita a seleção dos produtos que são incluídos no campo ‘Buy Box’. Na primeira análise da Comissão, os dados recolhidos pela Amazon têm importância nesta escolha, já que os vendedores que são escolhidos para esta categoria aparentam ter um grande número de transações.
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A Comissão Europeia está a catalogar esta investigação à empresa de Jeff Bezos como prioritária.
Margrethe Vestager é conhecida pelas duras críticas e coimas aplicadas às tecnológicas de grandes dimensões. O exemplo mais recente aconteceu há um ano, quando aplicou uma multa de 4,3 mil milhões de euros à Google, por práticas anti-concorrenciais no sistema operativo Android.
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