De acordo com meios polacos, incluído o canal de televisão Telewizja Polska, as autoridades da Polónia detiveram duas pessoas por suspeitas de espionagem: um diretor de vendas da Huawei e um ex-agente de segurança polaco.
Segundo o canal público TVP, além das detenções, também foram realizadas buscas aos escritórios locais da Huawei e da Orange Polska, a filial polaca do operador de telecomunicações francês Orange. Atualmente, este será o local de trabalho do cidadão polaco, que já terá trabalhado também para a agência de segurança nacional polaca.
Em comunicado, citado pela Reuters, a Orange já indicou que “a agência de segurança recolheu materiais ligados ao funcionário”, cuja identidade não quis especificar. O comunicado refere ainda que a empresa não sabe se a investigação está ligada às atividades profissionais do cidadão polaco, assegurando também que “irá continuar a cooperar com as autoridades”.
De acordo com órgãos de comunicação polacos, o funcionário da Huawei e o cidadão polaco poderão ficar detidos durante um período de três meses.
A Huawei já emitiu a sua posição oficial relativamente a esta detenção: “a Huawei está a par desta situação e está a analisá-la. Não temos mais comentários de momento. A Huawei cumpre com todas as leis aplicáveis e regulação nos países onde opera e pedimos a todos os trabalhadores que sigam estas leis e regulação em todos os países onde estão situados”.
A detenção terá sido motivada por suspeitas de espionagem, adensando a controvérsia ligada à Huawei, uma gigante tecnológica chinesa. Nos Estados Unidos, a atividade da marca tem sido amplamente escrutinada, por suspeitas de recurso a ‘backdoors’ em equipamentos para obtenção de informações ligados ao governo americano. Estas acusações têm vindo a ser negadas pela Huawei, em repetidas ocasiões.
Em dezembro, a detenção da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, em Vancouver, no Canadá, gerou controvérsia. Na altura, a CFO foi acusada pelos Estados Unidos de ter assumido uma “posição ilusória” perante os bancos, relativamente à relação entre a Huawei e a Skycom. No final do mês de dezembro, Meng Wanzhou foi libertada sob uma fiança de 7,5 milhões de dólares.
Notícia atualizada às 15h02 do dia 11 de janeiro de 2019, para incluir a posição oficial da Huawei.
“A Huawei nunca foi, nem nunca será, uma ameaça à segurança”