Google recua e diz que vai atualizar smartphones Huawei

Huawei | Google
Foto: REUTERS/Gonzalo Fuentes

Tecnológica vai aproveitar o período de 90 dias dado pelo governo dos EUA para trabalhar com a Huawei. Período de ‘paz’ dura até 19 de agosto.

Reviravolta: a Google recuou na sua decisão e diz que vai voltar a fazer negócio com a Huawei, pelo menos nos próximos 90 dias. A notícia é avançada pela publicação CNBC e tem por base a decisão do governo norte-americano em conceder três meses às empresas do país para ‘acertarem’ as suas estratégias com a gigante chinesa.

“Manter os telefones atualizados e seguros é do interesse de todos e esta licença temporária permite-nos continuar a providenciar atualizações de software e correções de segurança para modelos existentes [de smartphones Huawei] nos próximos 90 dias”, disse a Google esta terça-feira.

Esta é uma mudança significativa de posição, depois de a Google ter anunciado que todos os negócios com a Huawei que envolvam a transferência de hardware, software e serviços técnicos estavam suspensos. Em causa estava uma ordem executiva do presidente dos EUA, Donald Trump, que na semana passada colocou a gigante chinesa na ‘lista negra’ de organizações com as quais as empresas norte-americanas não podem fazer negócio.

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A exceção de três meses entretanto anunciada foi concedida pelo Departamento de Comércio dos EUA para que sejam evitados problemas de segurança associados à não atualização de software nos dispositivos móveis da Huawei. Mas a exceção só dura até ao dia 19 de agosto.

Isto significa que a partir do dia 20 de agosto, caso os EUA não voltem atrás na sua decisão, então a situação entre a Huawei e as empresas americanas volta à ‘estaca zero’, deixando de haver relações comerciais entre ambas as partes.

A Huawei é a segunda maior vendedora de smartphones a nível global e a maior em Portugal, tendo comercializado 220 mil unidades entre janeiro e março de 2019 – ou seja, um cada três smartphones vendidos no mercado português são da marca chinesa. Apesar da guerra comercial lançada pelos EUA, estima-se que o impacto no mercado português possa acontecer só no final do ano.

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