Hubble capta imagens inéditas do primeiro cometa interestelar

O Hubble volta a surpreender e a NASA confirmou que o telescópio espacial Hubble deu aos astrónomos a melhor captura de um corpo celeste interestelar.

O Telescópio Espacial Hubble da NASA detetou a imagem mais pormenorizada já conseguida, até hoje, de um corpo celeste interestelar. Tendo em vista a velocidade e a trajetória do cometa, intitulado 2I/Borisov, tudo indica que o objeto tenha vindo de uma parte que está para além do nosso sistema solar, de acordo a NASA.

O cometa 2I/Borisov é o segundo objeto interestelar conhecido por ter passado pelo sistema solar. Em 2017, o primeiro visitante interestelar identificado, um objeto oficialmente chamado ‘Oumuamua, passou a 40 milhões de quilómetros do Sol antes de sair do sistema solar. “Enquanto o ‘Oumuamua parecia uma rocha, o Borisov é realmente ativo, mais como um cometa normal. É um quebra-cabeça, porque esses dois são tão diferentes”, relatou David Jewitt, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), líder da equipa do Hubble que observou o cometa.

Como o segundo objeto interestelar conhecido por entrar em nosso sistema solar, o cometa fornece pistas valiosas sobre a composição química, a estrutura e as características da poeira dos blocos de construção planetários de um sistema estelar extraterrestre, presumivelmente.

“Embora outro sistema estelar possa ser muito diferente do nosso, o facto das propriedades do cometa parecerem muito semelhantes às dos blocos de construção do nosso próprio sistema solar, impressiona”, disse Amaya Moro-Martin, do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial em Baltimore.

Trajetória do cometa será longa

Hubble fotografou o cometa a uma distância em torno de 418 milhões de quilómetros da Terra. A sua rota terá uma aproximação mais considerável ao Sol em 7 de dezembro de 2019, quando estará duas vezes mais longe do Sol que a Terra.

Em 2020, o cometa ultrapassará a distância de 805 milhões de quilómetros de Júpiter, retornando ao espaço interestelar, onde flutuará por incontáveis milhões de anos antes de se aproximar de outro sistema estelar.

NASA prepara-se para fazer história no primeiro dia de 2019