Justiça dos EUA acusa Google de violar regras da concorrência

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(Amy Osborne / AFP)

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) avança com um processo contra a Google, onde acusa a empresa de recorrer a práticas “ilegais” para afastar concorrentes.

Desde setembro que já corriam as notícias de que a Justiça dos Estados Unidos poderia formalizar uma ação contra a gigante Google. O processo foi anunciado esta terça-feira, acusando a tecnológica de manter de forma ilegítima um monopólio na área da pesquisa, ao restringir a atividade de outros concorrentes.

“Sem uma ordem judicial, a Google continuará a executar a sua estratégia anticoncorrência, limitando o processo de concorrência, reduzindo a escolha do consumidor e a limitar a inovação”, é possível ler no processo. Entre os factos enunciados, o DOJ indica que o Google tem 90% de todo o mercado de pesquisa nos Estados Unidos e quase 95% das pesquisas feitas em ambiente mobile.

De acordo com a Reuters, este processo foi apoiado por 11 Estados, incluindo o Texas, Florida ou o Louisiana.

O procurador geral Bill Barr avançou que os investigadores encontraram provas de que a tecnológica não compete com a concorrência através da “qualidade dos resultados de pesquisa” mas sim através de “sucesso comprado através de pagamento a fabricantes de smartphones e outros”, em declarações citadas pela Reuters.

“O resultado final é o de que ninguém consegue, de forma viável, desafiar o domínio da Google na pesquisa e na publicidade na pesquisa.

A empresa já reagiu a este anúncio. “A ação do Departamento de Justiça de hoje é profundamente defeituosa. As pessoas utilizam o Google porque querem, não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas”, indica um porta-voz da companhia.

Divisão da empresa não está fora de cenários possíveis

Sendo uma das quatro big tech – Amazon, Facebook, Apple e Google – há já algum tempo que o cenário da divisão destas empresas é referido por várias vozes, que apontam que estas empresas cresceram demasiado, tendo uma posição esmagadora no mercado.

Segundo a Reuters, na conferência de imprensa onde foram dados detalhes sobre este processo, Ryan Shores, oficial do Departamento de Justiça, aponta que “nada está fora da mesa”, nomeadamente a opção de divisão da empresa em companhias mais pequenas. “Nada está e fora da mesa, mas a questão dos remédios poderá ser abordada melhor pelo tribunal após ter tido oportunidade para analisar todas as provas”.

 

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