Operação portuguesa da TCL regista “bons resultados”

TCL, Plex Stefan Streit
Stefan Streit, durante a apresentação da TCL na IFA, em 2019. Foto: Cátia Rocha/DN Insider

Empresa continua a pôr em prática a estratégia de longo prazo na Europa, apontando bons resultados em Portugal.

À semelhança de outros fabricantes, 2020 também tem sido um ano diferente para a TCL, empresa que além de produtos em nome próprio detém também os direitos de licenciamento da Alcatel. A propósito da IFA, evento tecnológico que decorre anualmente em Berlim, Stefan Streit, responsável de marketing da TCL, faz, ainda assim, um balanço positivo de um ano de estratégia da marca no mercado europeu.

“No meio de uma pandemia como nunca tínhamos visto, fizemos chegar seis smartphones ao mercado, no espaço de um ano. Temos presença global em todas as regiões principais e lançámos o nosso primeiro dispositivo 5G. É um grande momentum, mas ainda estamos muito no início, é só primeiro ano.”

Reconhecendo que a pandemia trouxe “desafios adicionais”, nomeadamente nos lançamentos, o diretor de marketing da empresa considera que “a experiência tem sido bem-sucedida em vários países. Estamos bastante satisfeitos”.

Patrícia Cavalheiro Dias, country manager da operação da TCL/Alcatel em Portugal, também destaca o desempenho da marca como positivo por cá. De acordo com os números da IDC, a empresa vendeu 59 mil telefones no segundo trimestre, englobando também a Alcatel. “Estamos a ter resultados muito bons no mercado. Toda esta situação não parou o crescimento e, para a TCL, somos um país com bons resultados e é por isso que temos a oportunidade de ter sido um dos primeiros países a receber os produtos de marca própria”, sublinha a responsável pela operação portuguesa.

Com o Departamento de Comércio dos EUA cada vez mais atento às empresas chinesas, algo que já causou restrições à operação de algumas como a Huawei, a TCL, também nascida na China, destaca que “é uma empresa muito diferente”. “Só fazemos produtos de consumo, não temos nada de infraestrutura ou de processadores. Estamos à venda nas prateleiras e fazemos bons produtos para o consumidor”, resume Streit.

Mesmo indicando que a empresa “não é muito afetada pelas restrições”, o diretor de marketing reconhece que “há uma oportunidade a ser gerada”, por exemplo, no segmento dos smartphones, onde a TCL fez a estreia há um ano com um telefone em nome próprio. “Para a Alcatel, seria uma posição errada, porque estamos a falar de segmentos diferentes de preço, mas para a TCL, claro que há uma oportunidade nesta área e não somos tímidos em analisar essas oportunidades para fazer crescer o nosso negócio.” No entanto, Streit faz questão de sublinhar que a empresa está mais interessada numa estratégia a longo prazo e “não a olhar para ganhos de quota de mercado” a curto prazo. “Claro que olhamos para as oportunidades e queremos aproveitá-las da maneira que conseguirmos, mas é algo que não muda de forma dramática a nossa estratégia.”

A longo prazo, a empresa já tornou clara a ambição de ecossistema de produtos, desde televisores a smartphones ou eletrodomésticos. Neste ano, na IFA, aumentou o portefólio com dois novos tablets, na faixa dos 300 euros, auriculares sem fios e ainda um relógio inteligente para os mais velhos.

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