Em 1993, três pessoas fundavam a operação portuguesa da tecnológica SAP em Portugal. Várias centenas de milhões de euros em receitas e 25 anos depois, empresa olha para as universidades para crescer.
A SAP iniciou há dois anos o programa University Alliances, através do qual tenta dar maiores conhecimentos técnicos aos alunos que ainda estão no ensino superior. A tecnológica já tem três parcerias firmadas em Portugal – Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Minho e Instituto Politécnico de Tomar -, mas não vai ficar por aqui.
Num encontro com jornalistas esta quarta-feira, para celebrar o 25º aniversário da SAP Portugal, o diretor-geral, Luís Urmal Carrasqueira, confirmou que a empresa está a finalizar mais duas parcerias com instituições do ensino superior portuguesas, acordos que deverão ficar confirmados ainda antes do final do ano.
“É uma das nossas prioridades contribuir para o desenvolvimento da mão-de-obra e do país. Queremos criar um ecossistema de inovação”, disse o líder da SAP Portugal.
Questionado sobre os objetivos para este programa em 2019, Luís Urmal Carrasqueira não se comprometeu com um número concreto de acordos, mas adiantou que há mais “três ou quatro” instituições de ensino superior “que mostraram interesse em aderir” ao programa. “A nossa preocupação não é quantidade, mas a qualidade”.
“As universidades são uma das nossas prioridades. A transformação que está a existir não é só em Portugal, é global, e os recursos portugueses são apetecíveis para projetos internacionais”, defendeu Luís Urmal Carrasqueira. “Também achamos que as universidades portuguesas devem ter capacidade de atração para estudantes estrangeiros”.
O programa University Alliances é um projeto que coloca ferramentas tecnológicas da SAP nos conteúdos ensinados em licenciaturas e pós-graduações nas instituições de ensino parceiras. “Fornecemos tecnologias às universidades para terem capacidade de experimentação para resolver problemas às empresas. Isto aproxima muito os alunos do que é a realidade, mas dado o desprendimento para com quem estão a endereçar os temas, liberta muito a criatividade em termos de propostas”, disse Luís Urmal Carrasqueira.
A falta de profissionais nas tecnologias “é uma área de preocupação”, admite, daí o reforço nesta aposta. “O país tem capacidade de atração, mas para isso é preciso criar bases. Retê-los logo muito cedo com a ligação das empresas e trazer estudantes internacionais”.
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Já Rita Feio, diretora da unidade de serviços internacionais que a SAP tem em Portugal, diz que esta aposta nas universidades e politécnicos serve para “criar um conhecimento das soluções na área da tecnologia, na vertente de inovação, que seja transversal independentemente dos cursos que estamos a falar”.
“Nós demos os primeiros passos para fazer estas parcerias com universidades que têm formação mais na área da tecnologia e da ciência de dados, mas o sonho é darmos esta formação, no limite, em qualquer curso, porque todas as empresas sustentam o seu negócio também na tecnologia. Sendo a tecnologia da nossa empresa ou de outra. É muito importante a formação em termos de processos de tecnologia, porque isso vai servir o futuro”, explicou.
A responsável pelo centro internacional revelou ainda que das 420 pessoas da SAP que trabalham em Portugal atualmente, 260 estão alocadas ao centro de serviços internacionais – que vai continuar a aumentar de tamanho. O objetivo é contratar 65 novas pessoas nos próximos meses.