A Apple é a primeira empresa dos EUA a atingir um valor de mercado de um bilião de dólares [um trilião segundo o sistema norte-americano], o equivalente a 850 mil milhões de euros. Mas em breve poderá não ser a única.
Não era uma questão de ‘se’, era uma questão de ‘quando’. A resposta chegou finalmente esta quarta-feira: a Apple tornou-se na primeira tecnológica de sempre a valer um bilião de dólares. Para isso contribuíram os resultados positivos apresentados pela empresa relativos ao segundo trimestre, mas na prática este é um valor que está em construção desde 1 de setembro de 1976.
À data de publicação deste artigo, cada ação da Apple valia 207 dólares, o equivalente a 178 euros. Os títulos da marca da maçã valorizaram mais de 10% após a apresentação de resultados, impulsionados pelas vendas do iPhone.
A Apple não é, no entanto, a primeira empresa de sempre a atingir uma capitalização de um bilião de dólares. Isso aconteceu pela primeira vez em 2007 quando a petrolífera PetroChina fez a sua estreia na bolsa de valores.
Os timoneiros
Há duas grandes figuras responsáveis por este marco histórico da Apple: o incontornável Steve Jobs, cofundador da empresa e mente que ajudou a cunhar alguns dos gadgets mais influentes dos últimos anos; e Tim Cook, atual diretor executivo da tecnológica, muitas vezes acusado de não imprimir inovação na empresa, mas um verdadeiro estratega financeiro.
O que a Apple é atualmente, apesar de ter começado já no século passado graças aos computadores Mac, deve-se muito ao triunvirato de Steve Jobs. Sob a batuta do norte-americano, a Apple lançou o iPod, o iPhone e o iPad, três gadgets que cunharam o mundo tecnológico moderno.
Estes gadgets ajudaram a revolucionar mercados indiretos – como o da venda de música digital, graças ao iTunes, e como o das aplicações móveis, que deu ‘gás’ à venda de conteúdos digitais através de dispositivos móveis.
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Se a influência de Steve Jobs no sucesso da Apple é inegável e já foi esmiuçada várias vezes, a influência de Tim Cook ainda tem muito por contar.
O atual CEO da Apple – uma recomendação direta de Jobs, antes de abandonar o cargo – fez carreira na tecnológica na área da gestão, sobretudo em termos de logística e distribuição de produtos. Jobs sabia que Cook era bom com números e que isso iria representar uma parte importante do futuro da Apple.
Uma das grandes bandeiras de Tim Cook tem sido a capitalização da herança pesada que Steve Jobs lhe deixou. É verdade que a Apple não teve mais momentos ‘one more thing’ que mudassem o mercado da tecnologia por completo, mas também é verdade que nunca a Apple foi uma empresa tão sólida a nível financeiro.
Quando Tim Cook agarrou no comando da Apple, cada ação da empresa valia cerca de 55 dólares – ou seja, o valor quase quadriplicou em sete anos de liderança.
A tecnológica de Cupertino tem uma reserva de dinheiro de 280 mil milhões de dólares, o que lhe permitiria, por exemplo, comprar empresas como a Tesla e a Xiaomi [olhando apenas para os respetivos valores de mercado atuais] num piscar de olhos.
O ‘trillion dollar club’
Com a Apple a atingir o marco do bilião de dólares, a questão que muitos colocam é: quem se segue nesta lista?
Olhando exclusivamente para as tecnológicas, há dois fortes candidatos: Amazon e Alphabet, a empresa-mãe da Google.
Atualmente a Amazon tem um valor de mercado de 873 mil milhões de dólares – cerca de 748 mil milhões de euros – e a Alphabet de 855 milhões – perto de 732 mil milhões de euros. Ambas as empresas têm produtos em crescimento e que podem ajudar a catapultar os resultados ao longo dos próximos trimestres.
A cloud e a inteligência artificial são duas apostas fortes da Amazon e da Google, justamente duas áreas que têm apresentado fortes crescimentos – a cloud em procura efetiva, a inteligência artificial mais como a grande promessa do futuro.