Reportagem: A ‘magia’ do pequeno livro que define a cultura Outsystems

OutSystems,
Proença-a-Nova. Centro de desenvolvimento da OutSystems. (Fernando Fontes / Global Imagens )

A Outsystems tornou-se em junho no segundo unicórnio português (vale mais do que mil milhões de dólares). Há um pequeno livro que não só explica a cultura que tem permitido tornar a empresa no fenómeno de simplificar a programação de software, como ajuda a tornar-se apetecível para o talento tecnológico. 

[O tema de capa da revista Insider do mês de julho é, precisamente, a forma como os dois unicórnios portugueses – Farfetch e Outsystems – estão a mudar as nossas vidas através da tecnologia.]

A sul da sede da Farfetch – cuja cultura de captar e reter talento já falámos aqui -, fica o segundo unicórnio português, a Outsystems, que está a crescer e contratar (este ano serão mais 250), embora com menos fulgor do que a energética Farfetch. Como empresa há mais anos no mercado (tem 17 anos), a Outsystems também segue a cultura alimentada pelo seu CEO, Paulo Rosado, ao ponto de haver um livro de regras que serve também para cada um perceber se tem ou não estofo para ser um dos escolhidos.

Paulo Rosado nos escritórios da Outsystems em Linda-a-Velha, em entrevista para a reportagem da revista Insider.
(Orlando Almeida / Global Imagens)

A empresa recrutou alguém só para o chamado employer branding – uma espécie de marketing ou cultura de empresa para tornar as empresas atrativas para o cada vez mais procurado talento. O mesmo aconteceu em abril com a Farfetch, que passou a ter alguém com esse cargo. Alexandra Líbano Monteiro, diretora da área de recursos humanos (People Success) e há sete anos na empresa, admite que há uma “guerra pelos melhores engenheiros”, mas “as pessoas entusiasmam-se quando chegam até nós e percebem como funcionamos, a grande dificuldade é mesmo passarem a conhecer a Outsystems”.

O pequeno livro das regras entregue aos novos funcionários da Outsystems e que existe há 10 anos.

Um dos segredos do sucesso na hora de contratar é a cultura da empresa, reunida num “pequeno livro das grandes regras” para quem entra na empresa. “Há quem se cruza pelo Small Book e quer trabalhar num contexto assim” (pode ler o livro em inglês neste link).

Paulo Rosado explica-nos o segredo do tal livro, feito apenas porque há cerca de 10 anos, quando começaram a entrar mais pessoas na empresa, “fizemos um exercício de colocar a cultura, que tínhamos construído desde início, em texto para os novatos perceberem”. A empresa foi criada para criar algo “fora da caixa”, por isso tinham de ter “pessoas para contribuir” e por isso tanto foco no perguntar sempre porquê e pode ser um funcionário ao seu chefe ou pessoas de departamentos diferentes.

“A coisa mais estúpida do mundo é contratar uma pessoa esperta e dizer-lhe tudo o que ela tem que fazer.”

Paulo Rosado, CEO da Outsystems

Vimos um dos tópicos presentes no livro, o “Responde ao Paulo”, acontecer à nossa frente na sessão fotográfica para a nossa reportagem. O CEO da empresa perguntou ao jovem Bruno o seu nome, o que fazia na empresa e o que estava a fazer naquele momento.

A cultura do low code, da simplificação, também está no ADN da empresa e está no livro, de forma a evitar-se “o jargão” e comunicar de forma simples com os colegas. Alexandra Líbano Monteiro admite que a nível cultural “aqui e na Holanda podemos ser transparentes e dar feedback negativo a um colega, nos EUA não funciona da mesma maneira”.

Escritórios da Outsystems, em Linda-a-Velha. (Orlando Almeida / Global Imagens)

Outra prioridade para Paulo Rosado é a satisfação em geral da sua equipa: “Sempre nos focamos muito em criar um ambiente, onde as pessoas pudessem ter vidas gratificantes”. Até porque “passamos um terço do dia a trabalhar, em 35 a 40 anos de vida útil e não queremos ser parte de um processo que traz miséria à vida das pessoas – há muitos ambientes tóxicos por aí”.

E aqui ficam os três pilares para ter pessoas motivadas, por Paulo Rosado (onde não entra o dinheiro):

  • “Têm de ter objetivos claros;
  • têm de ter autonomia
  • e têm de mostrar que são bons numa coisa e isso é possível num sistema de gestão em que se delega e todos participam nas decisões”

O líder da Outsystems entusiasma-se e continua: “O gestor não diz como se vai fazer, pergunta como se pode atacar o problema”. Daí dizer que “a inovação vem de baixo para cima aqui, porque temos uma cultura que permite o erro, as pessoas não podem ter medo de experimentar, só assim se tornam mestres”.

Rosado quer uma empresa com pessoas que gostam de vir trabalhar. “O que motiva pessoas inteligentes, como as que queremos, não é o dinheiro, é haver uma direção clara do que se quer e ter as pessoas a concordarem com as decisões”. Daí que Rosado admita que transformar software que era “muito chato” para todos em algo mais alegre traz “um karma muito positivo”.

Tudo isto, para Paulo Rosado, “é muito difícil de fazer”:

“Requer alterações drásticas a nível de gestão. Precisa de estar mesmo no core da empresa. Nós queremos fazer as coisas assim, por isso temos o Livro das Regras. Grande parte disto é feito com hábitos concretos, um deles é o Ask Why, o perguntar porquê, que é fundamental para definir e alinhar o propósito e executar a noção de autonomia.”

E como é que a Outsystems está a atrair bons engenheiros? “Atraímos porque estão a trabalhar em coisas de topo, interessantes e veem o impacto no mundo, estão a trabalhar com colegas ao mesmo nível ou melhores do que eles, têm autonomia para tomar decisões, podem errar sem levarem na cabeça e crescem mais rapidamente aqui do que cresceriam noutro sítio”.

(artigo feito com a colaboração de Cátia Rocha)

Microsoft pode comprar startups em Portugal

Paula Panarra Microsoft
Paula Panarra lidera a Microsoft Portugal desde 2016

Paula Panarra chegou à liderança da Microsoft Portugal no final de 2016 e apanhou uma das mais profundas alterações da tecnológica.

A Microsoft reconhece que há “muito talento em Portugal” e que se houver a oportunidade certa de negócio, é para avançar. Quem o diz é a diretora-geral da subsidiária portuguesa, Paula Panarra, em entrevista à Insider.

“Estamos abertos a fazer aquisições. Em Portugal ou em todo o mundo. Havendo aqui uma boa ideia e uma ideia que faça sentido para aquilo que é a estratégia de aquisições da Microsoft, pode ser em Portugal, claro que sim”.

A tecnológica norte-americana comprou, em 2008, a empresa portuguesa Mobicomp e, mais recentemente, foi um dos principais investidores na startup Unbabel, que trabalha na área da tradução de idiomas recorrendo a sistemas de inteligência artificial.

“Vamos continuar a procurar sempre, em todo o mundo e não apenas em Portugal, aquilo que possam ser startups também de investimento, que foi o caso da Unbabel, mas não apenas essas, também dar apoio a todas as boas ideias e às necessidades das pequenas startups, para que possam um dia tornar-se grandes empresas”, acrescentou a líder da Microsoft Portugal.

Quando assumiu a liderança da subsidiária, em dezembro de 2016, Paula Panarra assumiu como uma das suas grandes bandeiras a aposta e o relacionamento com as startups. Um ano e meio depois, a responsável acredita que a Microsoft tem uma posição única no mercado e que pode ser uma mais-valia para as jovens empresas.

“Sem dúvida que as startups são e continuarão a ser uma das nossas apostas. Nós temos uma pegada muito grande em Portugal junto do mundo empresarial. Podemos de facto facilitar o contacto entre quem hoje está a desenvolver uma nova solução e quem hoje está a precisar dessa solução”, justificou.

Novos investimentos em Portugal? “Claro!”

Portugal tem sido, nos últimos dois anos, o mercado escolhido por várias empresas de renome como o local privilegiado para novos grandes investimentos. Os dois exemplos mais badalados são a Daimler, que vai ter um centro de desenvolvimento no Beato, e a Google, que vai recrutar 500 profissionais para um centro de suporte em Oeiras.

A Microsoft, que marca presença em Portugal há mais de 20 anos, também já tem o seu quinhão de grandes investimentos. Paula Panarra recorda, por exemplo, que o centro de suporte que a tecnológica tem em território português já integra 350 engenheiros.

A grande questão é: tenciona a Microsoft fazer novos investimentos em Portugal?

Paula Panarra foi bastante assertiva na resposta: “Claro!”, disse a responsável. Quando questionada sobre que investimentos serão esses e se serão a breve prazo, a responsável máxima da Microsoft Portugal não revelou qualquer pormenor. O que sabemos é que estes investimentos vão representar um papel importante na estratégia que a empresa estabeleceu para os próximos três a quatro anos.

Dentro desta estratégia, a concorrência mais direta não é algo que tire o sono a Paula Panarra. Mais de 50% da faturação da Microsoft Portugal vem do negócio de cloud, adiantou a executiva à Insider, e a chegada da concorrência só vai deixar a tecnológica ainda mais focada.

“Trabalhei 15 anos em bens de grande consumo onde viver diariamente com concorrência é a forma de estar e a forma de nos desafiarmos. A chegada da concorrência é bem-vinda, cá estaremos para manter aquilo que tem sido a nossa posição ou mesmo melhorá-la no mercado, mesmo com a concorrência a chegar”, disse.

Que concorrência é esta? Recentemente a Google definiu a cloud como a sua nova área estratégica para o mercado português e especula-se que se os rumores da chegada da Amazon se concretizarem, então os Web Services vão ser um dos pontos de ataque da gigante norte-americana.

Portugal com potencial em inteligência artificial e realidade mista

Enquanto empresa, a Microsoft identificou as três tecnologias que que acredita que vão mudar as vidas das pessoas nos próximos anos de forma significativa: inteligência artificial, realidade mista (cruzamento entre realidade aumentada e realidade virtual) e computação quântica.

“Portugal tem imenso potencial em qualquer uma delas”, começou por salientar a executiva. “Já temos hoje parceiros portugueses a desenvolver para Portugal e para fora de Portugal soluções com tecnologia de realidade mista”.

Já na área da inteligência artificial, Paula Panarra diz que em breve vamos deixar de falar na tecnologia por um motivo simples: “Passa a ser só mais uma camada de tecnologia em cima de todas as soluções”, considera.

Já relativamente à computação quântica, o cenário é um pouco diferente. Há alguns meses Paula Panarra fez uma apresentação pública na qual falava do potencial desta tecnologia. Questionada sobre se as empresas portuguesas já estão preparadas para este novo paradigma, que vai fazer aumentar de forma exponencial o poder de computação das máquinas, a resposta foi um “não”.

“Nós só podemos ser a tecnológica a que nos propomos se estivermos sempre a trabalhar naquilo que é a tecnologia que vem a seguir. É isso que nós estamos a fazer, já estamos a trabalhar na materialização da computação quântica e quando ela chegar ao mercado, que não será provavelmente no próximo ano ou dois, mas há muita gente que já olha para computação quântica como uma possível realidade dentro de cinco, seis anos”.

Um destes exemplos é a Universidade do Minho, que recentemente integrou a rede de computação quântica que está a ser desenvolvida pela IBM.

Satya Nadella também influencia Portugal

A entrevista com Paula Panarra aconteceu à margem da apresentação do livro Faça Refresh, da autoria de Satya Nadella, o diretor executivo da Microsoft.

Na obra, o CEO explica como as suas experiências pessoais influenciaram o líder que é hoje e como tudo isso contribuiu para uma mudança de postura e cultura na Microsoft. Numa altura em que a gigante do software parecia estar a entrar numa ‘idade das trevas’, a chegada de Satya Nadella trouxe uma verdadeira lufada de ar fresco.

Como é que esta nova Microsoft, mais aberta, mais agressiva no design de produtos, mais inovadora, se reflete nas operações da Microsoft Portugal?

“Mudou a forma como nós olhamos para o mercado e olhamos para os desafios”, começou por dizer. “Temos por um lado muitos mais parceiros do que tínhamos, porque temos muitas mais possibilidades de negócios do que tínhamos”.

No final da entrevista com Paula Panarra, nem uma vez a palavra Windows veio à baila. “É esta a nova Microsoft?”, perguntámos. “É esta a nova Microsoft. Embora o Windows seja um produto fantástico”, respondeu entre sorrisos.

Há tecnologia em tudo o que há

As revistas e os jornais sempre foram a minha grande paixão profissional, a par com a rádio e a televisão. Tenho feito carreira nestas áreas, inovando, ligando-as entre si, e experimentando. Quando olho para estas quatro disciplinas da comunicação encontro tecnologia em todas elas.

O mesmo lhe acontece certamente, a si caro leitor, de cada vez que analisa o seu percurso, os objetos que tem dentro de casa, os comportamentos da sua família ou o contexto do seu escritório. Afinal, onde é que não está a tecnologia? Acreditando que já está em todo o lado e que mexe (mesmo) com as nossas vidas, todos os meses dedicamos uma revista inteirinha a esta temática, e que se estreia nesta edição.

A Insider assenta num novo conceito que aqui ousamos amplificar em Portugal: o Internet of Life (IoL). Porque mais do que nas coisas (Internet of Things ou IoT), a net e a tecnologia impacta na nossa vivência. Não tem sexo, nem idade nem raça. Não tem fronteiras ou credos. A tecnologia tornou-se uma linguagem universal, tal como a música e a matemática, como prova a Farfetch e a Outsystems.

Por causa dela passamos a estar sempre on, por vezes algo desesperados com o loading e, outras tantas vezes, acusados de addicted. Receamos a inteligência artificial, os robôs – como a Sophia que esteve em Lisboa por ocasião da Web Summit – e o blockchain.

À medida que saímos da nossa zona de conforto, as dúvidas aumentam. Também por isso, mas não só, o Global Media Group (a que pertence esta publicação) decidiu estar na hora de lançar este novo projeto, em formato de revista e site, disponível em insider.dn.pt.

Esta é uma marca de informação cosmopolita e aspiracional, independente e transparente, que não coloca limites a si própria. Pretende despertar o interesse em leitores dos 9 aos 90, em todos os segmentos e geografias.

Na Insider não encontrará linguagem técnica, própria de engenheiros e informáticos, mas sim artigos de fácil leitura, úteis e com aplicação na vida real. Estamos ávidos de conhecer as tendências, as novidades e últimos lançamentos e de, consigo, criar uma comunidade Insider. Bem-vindo!

Girl Gamer. Um evento de videojogos só para jogadorAs

Iniciativa está a decorrer, até dia 22, no Casino Estoril.

Por Vanessa Vieira Dias

O Salão Preto e Prata do Casino Estoril está a meia luz para dar destaque aos brilhos néon que enquadram um palco diferente do habitual. Desta vez, não há um cantor, um humorista ou bailarinos, mas sim duas equipas de ESports totalmente femininas.

É assim que é dado o pontapé de saída ao fim de semana de torneios do Girl Gamer, um festival internacional de ESports que pretende “celebrar e promover a competição feminina” nas modalidades competitivas dos videojogos.

Na segunda edição deste evento, que começou em Macau com organização da Grow Up ESports (uma organização nacional, sem fins lucrativos, com mais de 15 anos), Portugal foi a localização escolhida para três dias de celebração do mote ‘Videojogo, disse Ela’. Na passada sexta-feira houve palestras sobre o tema e o fim de semana será recheado de partidas na disputa pela desejada final do torneio. Haverá ainda espaço para momentos de ioga e pilates nos jardins do Casino antes do evento terminar.

“Esperamos mais de mil pessoas, mas não estamos à espera de demasiadas pessoas, já que este é um espetáculo feito principalmente para ser transmitido”, explica Fernando Pereira, um dos responsáveis pela criação e organização do evento. Conta-nos que o Girl Gamer está a ser transmitido além-fronteiras, graças à parceria com o gigante Alibaba Cloud, que ajuda a fazer a redistribuição do sinal. “Neste momento estamos na página principal do Youku, que é o YouTube chinês, na página principal da Twitch, a passar na GINX TV, que também passam na televisão em vários canais, e no Mixer, a plataforma da Microsoft”, revela.

As jogadores

Oito equipas disputam o primeiro lugar em dois dos jogos mais populares do mundo dos videojogos, League of Legends e CS:GO. Todas são compostas por mulheres, todas jogam a um nível profissional, todas são fãs de videojogos.

“Jogo competitivamente há três anos. Costumo jogar cinco a oito horas por dia, todos os dias”, explica Nicole ‘Wolf’ Solvmose, jogadora dinamarquesa de 20 anos e membro da equipa ASUS ROG Army. Equilibra os ESports com os estudos e, neste momento, com um trabalho de verão que tem como empregada de mesa.

“A parte mais difícil é mesmo gerir o tempo e a pressão. Costumo chegar a casa do trabalho e ir logo jogar. Acaba por ser outro trabalho”

Nicole ‘Wolf’ Solvmose, jogadora dinamarquesa de 20 anos

Não resistimos a perguntar qual será, então, o que a motiva a tudo isto. “Conhecer todas estas pessoas maravilhosas e competir”, revela antes de ser chamada para uma sessão de treino com as restantes companheiras, na antecipação da partida que disputará mais tarde.

Também Sara “Paleolite” Jakobsen, membro da equipa profissional exceL ESports, faz das madrugadas as horas de treino. Joga videojogos desde 2015, este é o seu segundo grande evento competitivo e, no futuro, quer ser médica. “Na [área feminina dos ESports], o maior desafio foi conseguir ter a menor quantidade de drama possível e manter o espírito da equipa lá em cima”, conta-nos enquanto partilha que adora as colegas de equipa, com quem já joga há um ano.

Uma questão de género?

As questões de género, desigualdade e discriminação são tema recorrente nos videojogos. “Ser uma mulher nos ESports é diferente. É preciso ter cuidado e desenvolver uma postura forte para poder ignorar comentários e não dar importância a isso”, explica Nicole ‘Wolf’ Solvmose. “Mas já não ligo a nada disso. Acredito em mim e isso chega”.

O evento é aberto a todos os fãs de videojogos, mas conta apenas com equipas femininas. “Queremos criar uma plataforma que incentive a participação feminina”, explica Fernando que pretende que o evento ajude a quebrar barreiras de género na área do ESports. O objetivo final, diz, é que esta plataforma seja um incentivo para que as equipas possam ser mistas e a participação feminina aumente “sem barreiras”.

Atualmente, e apesar de não existirem regras que ditem que as equipas têm que ser totalmente masculinas ou femininas, 90% das mesmas são compostas somente por homens – ainda que, e de acordo com dados da Nielsen, 30% dos jogadores de ESports sejam mulheres.

“Acho que a principal diferença [entre jogadores e jogadoras no ESports] são as condições. A equipa masculina que giro faz disto um trabalho a tempo inteiro. Já a as mulheres têm de balançar mais coisas (jogos, trabalho, casa), ao mesmo tempo que tentam tornar-se revelantes na área competitiva”

Amy “Aphiren” Snowdon, manager das equipas feminina e masculina da exceL ESports


O futuro

Traça-se atualmente o caminho para uma nova era no ESports, na qual, e de acordo com a maioria das principais figuras da área, as equipas passarão a ser mistas. “No futuro, o debate não será acerca de se se é um jogador ou jogadora, mas, sim, se se é um bom jogador ou não”, defende Baraa Abdulla, produtor do programa de videojogos ‘vg55bh’, emitido num dos canais internacionais da televisão do Barém, Golfo Pérsico, e um dos apresentadores do evento.

Até lá, os fãs poderão contar com uma terceira edição do Girl Gamer, já confirmada pela organização ao DN Insider. A localização ainda está no segredo dos deuses, mas o evento arrumará os comandos e teclados para viajar até uma localização fora da Europa.

Unboxing DN Insider: Veja a revista em primeira mão

Bem-vindo à DN Insider!

É já este domingo que chega às bancas o primeiro número da DN Insider, a revista que dá um toque humano à tecnologia. Ao quarto domingo de cada mês, a DN Insider vai acompanhar o Diário de Notícias em banca, permanecendo depois à venda de forma separada.

Em cima, no vídeo, veja um resumo dos principais temas e veja pela primeira vez a revista.

Tema de capa

Unicórnios: quem são e onde nos querem levar

Farfetch e OutSystems valem mais de dois mil milhões de dólares. Cada uma está a mudar, à sua maneira, a vida de milhares de pessoas em todo o mundo. Nesta edição damos-lhe um olhar exclusivo de como funcionam estas tecnológicas, de como contratam e dizemos-lhe o que estão a preparar para o futuro.

Destaques

– Os segredos da Netflix para nos viciar

A Netflix acredita ter acertado na fórmula que nos influencia a ver certas séries e nos fideliza. Fomos saber como nos querem manipular

– O que valem as baterias dos carros elétricos

Comprar um carro elétrico depende muito da autonomia e do tempo de carregamento da bateria. Saiba o que está a mudar e decida se vale a pena.

– Escolha o smartphone certo para si

Pelo preço ou pelas características técnicas, escolha o smartphone mais indicado para a utilização que lhe quer dar.

A abrir

– O carro autónomo da Bosch, em Braga
– Já existem óculos antienjoo!
– Conheça a primeira bateria de papel
– Uma bicicleta elétrica dobrável do outro mundo

Ligar

– A aposta nacional nas cidades inteligentes

Conheça o mapa de um Portugal inteligente: são 20 projetos que se destacam na transformação digital das cidades portuguesas

– Facebook tem um novo rival? Conheça a Unnon

Rede social criada por dois brasileiros vai pôr em contacto desconhecidos durante 30 dias. Qual vai ser o resultado?

Inovar

– O que comemos é mesmo seguro?

Mortes por infeção alimentar, que poderiam ser evitadas, levam a criar registo universal para detetar em tempo útil o foco do problema.

– Aplicações para smartphones que salvam vidas

Os smartphones não servem só para estar na internet ou para tirar fotografias. Em Portugal há vários projetos que usam os dispositivos móveis como uma ferramenta de apoio à saúde.

Experimentar

– Battle Royale: o fenómeno mundial dos videojogos

Conheça o género que ganhou popularidade de forma rápida entre os fãs de videojogos.

– Nem só de Polaroid vive a fotografia instantânea

Saudades das velhinhas Polaroid? Conheça os modelos que recuperam o espírito da icónica câmara instantânea e ainda lhe dão um toque de modernidade.

Opinião

– Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies
– Sofia Tenreiro, diretora-geral da Cisco Portugal
– Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico

E ainda…

– A wishlist de Cuca Roseta

Fique a conhecer os gadgets que são indispensáveis no dia a dia da fadista

– As apps de Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal

Descubra quais as aplicações obrigatórias no smartphone da líder de uma das principais tecnológicas em território português.

Gadget Lumen promete ser Santo Graal da perda de peso

Um pequeno aparelho conectável com o smartphone que engana o seu metabolismo e promete controlar a nutrição com um sopro.

Costuma dizer-se que as dietas são para começar antes do verão. A blogger A Pipoca Mais Doce popularizou inclusive a hashtag #atéaoverãoficoboazona. Mas é certo que nem todos conseguem seguir essa máxima.

Para esses, a Lumen diz para não desesperarem e pede que respirem fundo, literalmente. O produto promete ter uma resposta mágica para aqueles que querem um personal trainer e nutricionista sem sair de casa – nem contratar ninguém para o efeito.

O Lumen foi lançado esta semana com a promessa de planear e monitorizar os nossos comportamentos, proporcionando um estilo de vida mais saudável. Para isso basta que o utilizador expire ar para o pequeno aparelho algumas vezes por dia. 

A empresa garante que para seguir com precisão o seu metabolismo basta soprar para um aparelho fácil de transportar e que usa assistência que recorre a inteligência artificial – a palavra da moda – e uma app respetiva. É lá que temos informação diária, com base nos nossos hábitos e a partir do qual resulta num plano de nutrição e exercício feito à medida do utilizador. 

À medida que se continua a usar o sistema, o Lumen vai oferecer conselhos de nutrição mais específicos “porque nos vai conhecendo melhor”, diz a marca. Também há um mecanismo para analisar a quantidade de calorias em cada tipo de alimento. 

A empresa israelita indica que tem tido bons resultados com 300 utilizadores beta que perderam uma média de 3 kg em menos de um mês. O objetivo é perder peso da forma menos intrusiva possível.

A Lumen foi lançada no site de crowdfuding Indiegogo e custa 199 dólares (170 euros) – estavam a pedir 50 mil dólares de financiamento e já têm 139 mil em poucos dias.

 

Seis hábitos que todos temos e que encurtam a vida dos computadores

problemas computador
Imagem: Unsplash

Nada dura para sempre – e o seu computador que o diga. Há seis hábitos que muita gente tem e que só estão a encurtar o tempo de vida deste fiel companheiro.

Não se preocupar com a temperatura do computador

Kjell Eson – Visual hunt

Vamos só aqui assumir que o calor é um inimigo dos computadores, que tem implicações que vão além da óbvia sensação de calor, se estiver com um portátil ao colo. Quanto mais aquecer, mais prejudicada fica a bateria e também o barulho que as ventoinhas vão fazer para tentar arrefecer o computador.

Um dos hábitos que temos, principalmente com os portáteis, é utilizá-los em superfícies moles, que não permitem a circulação de ar. Por isso, vale sempre a pena garantir que deixa alguma margem para o ar circular. No caso dos computadores de secretária, também convém que vá limpando o computador, para evitar a acumulação de pó, que também prejudica o desempenho do computador.

Em ambos os casos, vale sempre a relembrar que nunca é boa ideia deixar os computadores em lugares abafados ou com exposição direta à luz solar. No caso dos portáteis, convém também não os deixar em lugares com pouca ventilação ou guardados em carros demasiado quentes, nos meses de verão.

Achar que o computador é todo o terreno

Imagem Pixabay

Convivemos tanto com os computadores que às vezes caímos no erro de achar que são indestrutíveis: usar portáteis de tampa fechada como uma base para descansar os cotovelos ou colocar bebidas, achar que vão conseguir ficar sossegados no braço do sofá… Ou ainda achar que as bolsas de transporte às vezes são sobrevalorizadas ou fechar as tampas com força.

Caso tenha um portátil com disco mecânico em vez de SSD, se não tiver um cuidado na forma como transporta o computador, também pode estar a caminhar para um cenário não muito positivo.

Deixar a bateria descarregar totalmente

Imagem: Panos Sakalakis on Unsplash

Esporadicamente, não vem mal ao mundo se deixar a bateria do portátil descarregar por completo. Se isto acontecer por sistema, é quase uma receita certa para que a sua bateria fique seriamente afetada e que comece a notar diferenças na autonomia.

Claro que ao longo do tempo vai notar a diferença na duração, é normal e acontece a todas as baterias – mas deixar descarregar completamente encurta demasiado a longevidade da bateria. O ideal é que nunca deixe descarregar por completo, fazendo cargas regulares.

Não se preocupar com a segurança elétrica

Imagem: Unsplash

No caso dos computadores de secretária, há menos preocupações ligadas aos cabos, é verdade, mas convém que tenha alguns cuidados. Um deles é garantir que usa algum tipo de dispositivo, como um UPS, para garantir que o computador não se desliga, mesmo que haja uma falha elétrica.

Com os portáteis, uma vez que o carregador anda de um lado para o outro, convém ter outros cuidados: garantir que não há amolgadelas no cabo ou que este está danificado e garantir que não é arrancado da tomada pelo cabo.

Descurar a manutenção

Imagem: Unsplash

Aqui a expressão é “nem tanto ao mar nem tanto à terra”: convém que haja um equilíbrio na manutenção do seu computador. Não é necessariamente preciso que instale todos os softwares de proteção e manutenção de problemas no computador, mas convém que, regularmente, vá reiniciando o computador e fazendo a manutenção habitual que é pedida no Windows.

Se notar que o computador está demasiado lento, também vale a pena verificar se não tem software desnecessário que está a ser iniciado logo no arranque do computador.

Desvalorizar a proteção enquanto usa a Internet

Imagem: Unsplash

Tudo bem que confiar no bom senso e não clicar em links suspeitos já é meio caminho andado para não ter malware no computador – mas, por vezes, até os sites fidedignos podem ser um veículo para malware. Tudo bem que o Windows já conta com uma ferramenta de segurança, mas convém que tenha também um anti-vírus, como proteção adicional.

Mirror Move, a nova experiência de IA da Google

Google Move mirror

De vez em quando, a Google lança uma nova experiência de inteligência artificial, que dá a oportunidade aos utilizadores de terem uma ideia mais divertida de quais são os avanços que a empresa anda a fazer neste campo. 

Desta vez, a nova “brincadeira” da gigante da Internet chama-se Mirror Move e, em linhas muito gerais, vai reconhecer os movimentos que um utilizador faz em frente à câmara do computador e compará-los com 80 mil imagens.

Como a Google explica no post onde apresenta esta experiência, há vários usos para a aprendizagem automática, desde o reconhecimento de objetos, aplicações ao campo da Medicina – mas a tecnologia que está subjacente nestes conceitos também pode ser divertida e usada para propósitos engraçados.

Para experimentar, basta ir até ao site criado para o efeito e autorizar a captação de imagens da webcam do computador. Depois disso, é só começar a mexer-se em frente à câmara e começar a ver a “magia” acontecer: em tempo real, a IA vai tentar encontrar uma imagem entre 80 mil que corresponda da melhor maneira ao movimento que está a fazer. No final, ainda pode fazer um GIF.

A Google explica que utilizou um modelo chamado PoseNet para fazer esta experiência. Identificando onde estão as articulações principais do corpo, o modelo faz a correspondência com a base de dados de imagem disponível, que é assegurada pela Tensorflow.js.

Esta não é a primeira experiência de IA da Google: em maio, por exemplo, lançou a experiência Emoji Scavenger Hunt, em que colocava os utilizadores à procura de emojis no mundo real. A ideia era perceber em que ponto se encontra o reconhecimento de objetos da IA da Google.

Conheça a sequela do jogo ‘mais português de Portugal’

Inspector Zé e Robô Palhaço em: O Assassino do Intercidades

O estúdio português Nerd Monkeys está de volta com um novo trabalho. Os inspetores Zé e Robô Palhaço têm um novo mistério por resolver.

Há um assassino à solta no Intercidades que faz a ligação entre Lisboa e Porto. Calma, não é na vida real, é no novo jogo do estúdio português Nerd Monkeys. Lançado esta quinta-feira, o título volta a fazer uma grande aposta no humor e nas referências à cultura portuguesa da década de 1980 para conquistar a atenção dos jogadores.

O jogo traz de volta os dois inspetores mais famosos de Portugal: José Justino – Zé para os amigos – e o Robô Palhaço, um ajudante imprescindível na resolução dos crimes. A dupla já tinha dado que falar na primeira aventura do estúdio, lançada em 2014, mas agora há um novo mistério por resolver.

“Eles vão encontrar personagens bastante variadas e típicas da nossa sociedade, desde os velhotes que estão sempre a viajar no comboio todos os dias de um lado para o outro, a dormir, até às miúdas que vão para o festival e que querem é curtir, fumar e beber. Cabe-nos a nós entrevistar este pessoal todo e tentar descobrir afinal quem é que anda a matar no Intercidades”, explica Filipe Pina, um dos cofundadores da Nerd Monkeys, à Insider.

Quem jogou a primeira aventura – Crime no Hotel Lisboa – pode esperar uma sequela que respeita o legado. O jogo mantém a arte pixelizada, a jogabilidade muito simples, bastando clicar no rato para mover e interagir com as personagens [estilo point and click], e continuam lá as referências e o humor do que é ser português.

“Isto acaba por ser um bocado a nossa imagem de marca, projeta bastante a imagem da Nerd Monkeys lá fora e cá dentro, porque estamos a refletir a cultura portuguesa e não há propriamente um jogo a fazer isso”, justificou Filipe Pina.

O título, disponível em português e em inglês, tem o cuidado de adaptar o texto para que os jogadores de outros países não fiquem ‘à nora’ com o diálogo das personagens e esta estratégia resultou bem no primeiro jogo.

“Como é que a gente faz para isto apelar a um público internacional? Afinal, ninguém vai compreender porque existe um táxi preto e verde no jogo, ninguém vai compreender porque está ali um poster com um pastel de nata. (…) Aquilo que fiz logo no início foi ter o cuidado de ao escrever as personagens, pensar também como podiam funcionar em inglês. Ou seja, se o Inspetor Zé se chama José Justino, então em inglês é o Detective Case, Just in Case. E por aí adiante”.

O regresso, 120 mil crimes depois

A Nerd Monkeys espera superar o número de unidades vendidas pelo primeiro jogo da série. Segundo Filipe Pina, Inspetor Zé e Robot Palhaço: Crime no Hotel Lisboa vendeu 120 mil unidades, das quais apenas 5% foram vendidas em Portugal.

“Embora em Portugal haja um dado curioso: reparámos que as vendas que são feitas em Portugal são quase sempre com o jogo no preço máximo, ou seja, os portugueses não esperam pelos descontos e compram com o preço máximo, numa ideia de ajudar as produtoras, acho eu que é esse o sentimento”, salienta o criador.

A venda de 120 mil unidades não é, no universo dos videojogos, um resultado brilhante, mas atendendo à realidade portuguesa e “ao investimento e trabalho” que o estúdio teve, então “é um excelente número”, defende Filipe Pina.

O novo jogo foi sendo desenvolvido por uma equipa de oito pessoas ao longo dos últimos quatro anos. Inspector Zé e Robô Palhaço em: O Assassino do Intercidades está disponível na plataforma online Steam e custa 15 euros.

Spotify poderá testar funcionalidade que permite bloquear seguidores

Até aqui, o Spotify tem resistido à ideia de colocar os seus clientes a bloquear utilizadores, mas parece que isso está a mudar.

O serviço de streaming de música está a testar uma funcionalidade para que os utilizadores possam controlar quem os segue e até remover utilizadores da lista de seguidores.

O Spotify mostra aquilo que ouviu recentemente com aos seus seguidores por defeito, o que faz com que outros utilizadores consigam perceber em que humor se encontra (triste, contente) e usar isso para sua vantagem, em situações de assédio, por exemplo, como tem vindo a ser relatado por alguns utilizadores, nas redes sociais.

De acordo com o site Engadget, até agora o Spotify não tem estado receptível à ideia da funcionalidade de remoção de utilizadores, mas parece que isso está a mudar. “Nós mudamos a nossa opinião em relação, alterando o estado da mesma para uma boa ideia. Pensamos que é uma ideia forte, mas de momento não está no nosso roadmap”, comentou o Spotify no seu blog oficial, respondendo ao comentário de um utilizador que pedia a ideia de bloquear utilizadores.

Por isso, não estando num futuro próximo de funcionalidades a integrar no serviço de streaming, ainda deverá demorar algum tempo até o Spotify decidir se integra ou não o bloqueio e remoção de utilizadores.

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