A Internet é um lugar estranho… e repleto de fenómenos

computador, internet, online
Fonte: Pixabay

>A fotografia original, captada na Escócia, rapidamente deu a volta ao mundo e não houve quem não tivesse opinião sobre as cores do vestido. No ano passado, repetia-se a façanha, mas desta vez com recurso à audição. No site Vocabulary.com, o termo ‘Laurel’ deixava muita gente confusa com a entrada de som onde era possível ouvir como soa a palavra.

A discussão foi tanto que a ciência teve de entrar em ação e explicar o caso: afinal, era normal diferentes pessoas ouvirem sons diferentes, já que a palavra tinha uma frequência ambígua.

Um arrufo de amigos que já custou três milhões de seguidores

Com o surgimento de celebridades vindas das redes sociais, criou-se o mundo dos influencers. Primeiro nos blogues, depois YouTube, que surgiu há 14 anos, mais tarde no Twitter e no Instagram… a verdade é que é possível acompanhar a vida de alguém à distância, mesmo que nunca se tenha conhecido a pessoa em questão.

Presentes em várias plataformas, cria-se quase um sentimento de familiaridade – que também serve para se escolher um lado em ‘discussões’ públicas. O caso mais recente é o dos youtubers Tati Westbrook e James Charles, conhecidos do mundo da maquilhagem. Amigos há alguns anos, juntos somam milhões de visualizações e têm campanhas com grandes marcas de cosmética. Charles até se tornou na primeira cara masculina da marca norte-americana de maquilhagem CoverGirl.

Leia também | Ainda se lembra do que fazer sem internet?

Outro exemplo da internet como um lugar estranho? Um arrufo entre os dois motivou um vídeo de mais de 40 minutos, intitulado “Bye, Sister” carregado no canal de Tati Westbrook, onde acusa Charles de comportamentos agressivos e de deslealdade.

Qual é o resultado? A internet a assistir a um arrufo e a ter opinião sobre uma questão que, até há alguns anos, seria algo da esfera privada. No Twitter, Charles já terá perdido 200 mil seguidores, aponta a Tagger Media, mas é no YouTube que se sente a maior quebra: nesta quinta-feira, o empreendedor já perdeu cerca de 3 milhões de subscritores.

Perdem uns, ganham outros nesta peculiar esfera da internet: o site The Verge aponta que quem está a ganhar mais com visualizações – e consequentes receitas – são os restantes youtubers interessados em comentar o caso. O canal DramaAlert já  arrecadou cinco milhões de visualizações num dos vídeos onde explica o assunto – monetizados com anúncios, claro.

Vários anos depois da invenção da internet, muita coisa mudou – nem que seja pela propagação destes e de outros fenómenos, a uma velocidade bem mais rápida. Quem diria há uns anos que muito do tráfego da internet seria gasto a ver pessoas a comer, amassar latas de refrigerantes ou a desempacotar coisas?

YouTube bloqueia comentários em dezenas de milhões de vídeos e fecha 400 canais