A Web faz 30 anos. Berners-Lee assinala a data com viagem de 30 horas

Former physicist Tim Berners-Lee invented the World-Wide Web as an essential tool for High Energy Physics (HEP) at CERN from 1989 to 1994. Together with a small team he conceived HTML, http, URLs, and put up the first server and the first wysiwyg (what you see is what you get) browser and html editor. Tim is now Director of the Web Consortium W3C, the International Web standards body based at INRIA, MIT and Keio University.

Há trinta anos, a 12 de março de 1989, a visão de Tim Berners-Lee para aquilo que mais tarde viria a ser a World Wide Web, dava os primeiros passos. O britânico é conhecido como ‘o pai da Web’ e prepara-se para assinalar o dia com pompa e circunstância.

Na realidade, aquilo que se assinala esta terça-feira não é bem a criação à séria da World Wide Web, mas sim a comemoração dos trinta anos de entrega de um documento onde Berners-Lee colocava no papel a sua visão para um mundo mais ligado.

Nascido em Londres, Berners-Lee sempre esteve ligado ao mundo da ciência e os computadores. Se o fascínio começou pelos comboios, fascinado pela forma como podia utilizar gadgets para controlar os modelos de brincar, depressa passou para o mundo dos computadores, que já davam os primeiros passos.

Em março de 89, Tim Berners-Lee, já no modo de cientista, trabalhava no CERN, o laboratório suíço dedicado ao mundo da física e aceleração de partículas. O cientista britânico percebeu que estavam a ser feitas grandes investigações neste mundo e que até já havia a Internet a ligar computadores por todo o mundo – mas que os cientistas continuavam a ter dificuldade em partilhar informação. Vale a pena recordar que o CERN faz parte de uma rede de laboratórios, sendo de grande interesse que os investigadores pudessem partilhar as conquistas e pontos de situação da investigação.

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“Naquela altura, havia informação diferente em computadores diferentes, mas quem quisesse chegar até ela tinha de se ligar a determinados computadores para conseguir aceder. Além disso, às vezes tinha de se aprender um programa diferente para cada computador. Com frequência era mais fácil chegar ao pé da pessoa e perguntar, quando estivessem a tomar café”, recorda Tim Berners-Lee, citado pelo consórcio W3C, que mais tarde ajudaria a criar, já no MIT, nos Estados Unidos.

Na altura, a criação da Web estava associada a nada mais nada menos do que um momento de frustração. Só em setembro de 1990 é que Berners-Lee acabaria por conseguir trabalhar à séria no projeto da World Wide Web, um conceito que permitiria ligar uniformizar o acesso à Internet, pondo todos os computadores a comunicar da mesma forma. Curiosamente, os primeiros trabalhos desenvolvidos por Tim Berners-Lee, para um projeto que nunca foi oficial no seio do CERN, foram feitos num computador NeXT – um dos primeiros produtos de Steve Jobs, o manda-chuva da Apple.

Em outubro de 1990, Berners-Lee já tinha conseguido escrever as três tecnologias fundamentais que ainda hoje servem de base à World Wide Web – ou os três famosos W. HTML, a linguagem da web; os URL, uma espécie de endereço para identificar os recursos na Internet e o HTTP (Hypertext Transfer Protocol). Em 30 anos, o HTTP já evoluiu, sendo agora também usado o protocolo Https, conhecido por ser mais seguro.

Berners-Lee também criou aquele que seria considerado o primeiro browser ou editor de páginas Web. Em 1991, as pessoas foram do CERN começavam a aceder a esta nova comunidade na web.

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Muita coisa aconteceu nestes 30 anos da Web. Ao longo dos anos, Berners-Lee tem vindo a ser cada vez mais crítico do estado atual da Internet que ajudou a criar. Ainda assim, Berners-Lee prepara-se para assinalar as três décadas de vida da sua criação, com uma viagem de 30 horas.

A Web regressa às origens: a celebração começa esta terça-feira, dia 12 de março, justamente no CERN, na Suíça. É lá que Sir Tim Berners-Lee vai juntar-se a nomes como Robert Cailliau, investigador que também trabalhou no projeto da Web,  Jean-François Groff, Lou Montulli ou Zeynep Tufekci. Está prometido live-streaming deste momento, para quem quiser acompanhar a conversa através da Internet, a partir das 8 horas (menos uma hora em Portugal continental).

Depois disso, Tim Berners-Lee ruma até ao Museu da Ciência em Londres, onde também estará presente Matt Brittin, da Google, ou Imogen Heap, cantora vencedora de um Grammy e criadora também de uma plataforma de blockchain para o mundo da música.

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Para encerrar as celebrações desta data, o pai da Web ruma até Lagos, na Nigéria, onde visitará o W.TEC (Women’s Technology Empowerment Centre). É nesta localização que se espera criar a próxima geração de criadoras tecnológicas, empreendedoras e líderes de amanhã.

Esta não é a única iniciativa criada para assinalar esta invenção que mudou o mundo. A Web Foundation encoraja todos os utilizadores da Internet a escolher que momentos é que a rede global ajudou a mudar ao longo destes trinta anos de vida.

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