Mais de cinco milhões de pessoas vão acompanhar evento realizado em Lisboa através da internet. Melhores jogadores de eSports do mundo de Counter Strike vão lutar por um prémio de 220 mil euros.
Sábado a Altice Arena, em Lisboa, vai ser o palco da última etapa do ano da Blast Pro Series, um dos maiores eventos de desportos eletrónicos a nível internacional e o maior alguma vez realizado em Portugal. São esperadas 6.000 pessoas para ver os melhores jogadores do mundo em competição. Este é também o primeiro grande evento internacional do género em Portugal e é quase certo que voltará a Lisboa em 2019.
A realização do evento na capital representa um investimento de 1,5 milhões de euros, como revelou Steen Laursen, vice-presidente de comunicações e marca da RFRSH, a empresa dinamarquesa responsável pela Blast Pro Series, em entrevista à Insider.
“Investimos 1,5 milhões de euros neste evento e não vamos recuperar isso no primeiro ano. Nós não fazemos coisas que todos já fizeram, mas sabemos que o jogo Counter Strike aqui é muito popular”, começou por explicar o responsável. “Para nós o risco foi apenas sobre se isto seria bem recebido e quão bem seria recebido pela cidade”. O prejuízo desta primeira aposta deverá situar-se entre os 500 e os 700 mil euros, mas esta é uma aposta que está a ser feita a médio prazo, garante o responsável.
A receção portuguesa foi positiva: dos seis mil lugares máximos designados para o evento, a etapa lisboeta do Blast Pro Series vai ter casa esgotada. “A nossa ambição é construir isto para uma audiência mais abrangente, a nossa ambição é pegar nisto e fazer com que todos entendam que os eSports não são apenas os rapazes das pizzas, são profissionais a darem um grande espetáculo”, acrescentou.
Steen Laursen admite que apostar em Lisboa foi um risco – Portugal aparece apenas na 30ª posição dos mercados mais valiosos de desportos eletrónicos -, mas a sua experiência pessoal na cidade acabou por ajudar a convencer os restantes membros da RFRSH. “Passei aqui o meu Natal o ano passado, com a minha família. A nível pessoal, é a minha quarta vez em Lisboa. Adoro a cidade”.
“Queremos mostrar a cidade, também para nosso próprio bem, porque queremos alargar a base de espectadores, mas também por causa da parceria, seja uma cidade, uma marca comercial, queremos trazer valor. Numa cidade como esta, temos de mostrar que podemos trazer valor. E é isso que estamos a tentar fazer este ano”.
Apesar de a indústria dos eSports ainda não ser expressiva em Portugal, os videojogos em si são. Segundo Steen Laursen, existem 150 mil jogadores de Counter Strike no país, justamente o jogo que traz até Lisboa aqueles que são os melhores do mundo.
Astralis (1ª no ranking mundial), Natus Vincere (3ª no ranking mundial), MIBR (4ª no ranking mundial), FaZe (6ª no ranking mundial), NiP (7ª ranking mundial) e Cloud9 (16ª ranking mundial) são as seis equipas que vão confrontar-se numa série de jogos. A equipa vencedora vai ser encontrada num desafio no sábado à noite e há um prémio de 250 mil dólares, o equivalente a 220 mil euros, a distribuir pelos primeiros lugares.
“A Blast Pro Series é sobre criar um produto que entusiasma e entretém, não apenas o público na arena, mas também na transmissão. Produzimos um evento ao vivo e produzimos um espetáculo de transmissão que chega a 5 a 10 milhões de pessoas online e a 120 países”, sublinhou o responsável.
O que a RFRSH está a fazer, na prática, é dar uma forte camada de espetáculo visual a uma atividade competitiva que já existe há vários anos, mas que nos últimos dois tem ganhado estrelato a nível global.
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“Para nós é sobre construir algo no qual possamos mostrar o quão divertido e atraente este torneio é. Queremos ser a Fórmula 1 ou a Liga dos Campeões. Mas antes de lá chegarmos, temos de provar que conseguimos e que o somos”, referiu o vice-presidente da empresa. “Penso que o Blast está no topo em termos de profissionalismo e é isso que atrai as melhores equipas até cá. O prémio monetário é importante para eles, mas a organização e a experiência, o facto de terem casa cheia, também é muito importante para os jogadores”.
Esta não é apenas conversa de marketing: em pouco mais de um ano a RFRSH recrutou 60 pessoas e foi buscar pessoas com experiência na produção de eventos como a Liga dos Campeões de Futebol, a Fórmula 1 e a Eurovisão.
Steen Laursen diz sem rodeios que quer voltar a realizar o evento em Portugal em 2019 e que só ainda não está confirmado por uma questão de “praticalidades” – neste caso específico, ainda não está consumado o aluguer da Altice Arena para o evento do próximo ano.
“Do nosso lado, apenas quero dizer que mal podemos esperar para mostrar aos fãs portugueses este evento massivo, mas também mal podemos esperar para mostrar ao mundo a base de fãs portugueses, porque escolhemos Lisboa porque sabemos que é guiada por paixão e um grande ambiente na arena”.
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