Diretor de marketing da Samsung Iberia explica aposta no primeiro smartphone dobrável em Portugal, o Fold. Modelos 5G chegam já em 2020. “Vamos reforçar a liderança nas vendas de smartphones”, garante.
Pode um smartphone de mais de dois mil euros (€2.049) cativar consumidores em Portugal? A Samsung acha que sim e quis lançar o novo Fold, o primeiro smartphone de ecrã dobrável, a tempo do Natal, “como prenda para os muitos clientes que o pediram”. Quem o diz é José Correia, diretor de marketing e produto da Samsung Portugal, agora ibérica, já que desde há algumas semanas acumula o cargo com o mercado espanhol, um prémio pelo bom desempenho em Portugal.
O responsável explicou-nos no evento de apresentação desta terça-feira, na renovada loja do Colombo, que o lançamento do novo conceito de smartphone “distintivo para quem o comprar” traz com ele “além de uma nova experiência de utilização, uma nova experiência de compra e de pós-venda para os clientes”.
O Fold é entregue aos clientes a 23 de dezembro, a tempo do Natal, mas as pré-vendas ficam disponíveis já a 6 de dezembro. Portugal é o oitavo país europeu a receber o aparelho que promete ser a primeira geração de uma nova gama onde a experiência do smartphone fica mais próxima de um tablet assim que se abre o aparelho de ecrã dobrável – ver caixa. O serviço premium associado inclui uma linha de apoio dedicada 24h por dia/sete dias por semana, é feita a troca gratuita do ecrã dobrável no primeiro ano e a própria experiência de entrega do aparelho (em loja) é personalizada.
A partir de dia 6 de dezembro cerca de 15 lojas (ainda não é certo quais serão) vão começar a disponibilizar demonstrações que permitem aos interessados experimentar (sob supervisão) o novo Fold. “O nosso objetivo com este aparelho não é o Black Friday nem tão pouco ter muitas vendas, mas sim posicionar a Samsung como marca premium e que inova no mundo mobile”, admite José Correia. O gestor explica que está a usar o Fold há 15 dias. “Abrimos um mundo novo nas nossas mãos quando abrimos o Fold. Adoro a experiência de ver conteúdos multimédia ou o Instagram no ecrã dobrável maior e mandar mensagens no ecrã mais pequeno”, no entanto, não arrisca por o telefone nas mãos das suas duas filhas pequenas.
Francisco Jerónimo, português analista da consultora IDC, admitiu-nos que o segmento dos smartphones dobráveis traz uma experiência mais rica, mas serão precisas novas gerações e mais modelos para o preço baixar e os ecrãs dobráveis se tornarem mais normais. Embora ainda não tenha pormenores, José Correia admite que em 2020 vão mesmo surgir novos modelos e formatos do dobrável Fold, “uma aposta para manter e alargar por parte da Samsung”.
Liderança em Portugal
O bloqueio dos EUA à Huawei tem tido alguns efeitos no mercado de smartphones em Portugal e a Samsung tem sido a beneficiada. Sem falar da polémica com o rival chinês que, de acordo com a consultora IDCliderou pela primeira vez o mercado português em 2018 (um registo não assumido pela Samsung, líder a nível nacional desde 2012), o responsável da Samsung ibérica admite que esperam “um reforço das vendas em 2019”.
“A Samsung é líder do mercado em Portugal quer em unidades quer em valor e isso será reforçado”, diz o gestor num ano em que a marca celebrou os 10 anos da gama Galaxy com os novos S10 e Note10. “Temos batido recordes de vendas com estes modelos”, avança. O ano também ficou marcado por mudanças nos modelos, com o fim da gama de entrada J e o aumento da oferta nos modelos A.
Para 2020 a aposta será também nos equipamentos 5G. “É o ano zero para essa tecnologia em Portugal e, pelo que sabemos, deverá ser no quarto trimestre que o 5G será uma realidade por cá, enquanto rede e vamos garantir que há equipamentos preparados antes disso”. José Correia explica-nos ainda que os primeiros tempos no cargo ibérico estão “a correr muito bem”, embora “o mercado espanhol seja bastante diferente”. «É um desafio bom e um voto de confiança na Samsung Portugal para traçar a estratégia de produto para os dois mercados”.
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No formato fechado é mais estreito do que um smartphone normal, mas mais grosso. Esse é o modo smartphone, onde podemos usar o pequeno ecrã, de 4,6 polegadas. O aspeto é premium e vem com uma capa feita à medida e earbuds sem fios. Ao abrirmos, como um livro, o ecrã dobrável (nota-se a dobra) dá-nos 7,3 polegadas de experiência ao estilo tablet e para a qual há já várias apps otimizadas, num modelo leve e que aparenta ser resistente quanto baste – depois de alterações após o lançamento falhado de abril. Temos seis câmaras no total, três de selfie e as três principais habituais do Galaxy S10. O preço é o menos convidativo.
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