Fiverr. Plataforma que liga empresas a freelancers chega a Portugal

Foto: Fiverr

A Fiverr disponibiliza um modelo onde é possível comprar e vender serviços, quase como se de um produto físico se tratasse. Confinamento elevou o número de registos e o tráfego já cresceu 73%.

A plataforma Fiverr, que recebeu o nome pelo facto de qualquer serviço arrancar nos 5 dólares – five, em inglês – já tinha freelancers portugueses, mas com a expansão para Portugal, que acarreta uma entrada oficial no mercado português e uma tradução do site, esta será a primeira vez em que quem disponibiliza serviços e quem compra poderá fazer as transações num idioma além do inglês.

Fundada em 2010, em Tel Aviv, a Fiverr chegou ao mercado com um modelo de negócio “serviço-como-um-produto”, disponibilizando um marketplace para compra e venda de serviços, que podem ir desde o a área de design, programação ou trabalhos de locução até explicações de como dominar um jogo de vídeo.

Peggy de LangeVP de Expansão Internacional da plataforma, descreve Portugal como “um mercado interessante, principalmente devido à mão-de-obra” e à “comunidade próspera de pequenos negócios”. De Lange acredita que, com a plataforma em português, tanto quem vende, como quem compra serviços poderá ter acesso a uma melhor experiência. “Acreditamos que existe uma excelente oportunidade de mercado para a Fiverr em Portugal”, afirma, destacando o crescimento de tráfego entre o primeiro e segundo trimestre, que subiu 73%.

A responsável indica que, nestes tempos incertos, a plataforma possa funcionar como uma fonte de rendimento adicional. “As pessoas podem recorrer à Fiverr como uma forma de ganhar dinheiro extra. Ultimamente, temos testemunhado vários destes casos, uma vez que a pandemia de Covid-19 deixou muitos sem trabalho ou sem uma fonte estável de rendimento.”

A pandemia fez mexer os números em Portugal: entre abril e junho, os registos subiram 107% face ao trimestre anterior. No espaço de um mês, entre março e abril, os compradores subiram 47%. A súbita viragem para o mundo digital fez também mexer os serviços mais requisitados durante o confinamento: trabalhos ligados a páginas, WordPress ou SEO cresceram significativamente.

Sandra Lourenço usa a plataforma há quatro anos, depois de uma recomendação de um músico. Encontrou uma forma de ganhar dinheiro através da música, algo que sempre adorou fazer. “Foi uma questão de sete meses até perceber que conseguia largar o emprego e fazer isto a full time”, recorda. Sandra largou a engenharia mecânica e já conta com mais de mil trabalhos feitos através da plataforma, maioritariamente ligados à escrita de letras e gravação de voz. “Foi a melhor coisa que fiz.”

Já o designer David Roxo apostou na Fiverr este ano. “Tinha excesso de tempo, estava mais em casa e não me sentia à vontade para viajar. Inscrevi-me mesmo na onda de experimentar.” Em dois meses, contabilizou 18 trabalhos para clientes dos Estados Unidos, Arábia Saudita ou Suécia, conjugando os pedidos com o trabalho como freelancer numa agência de publicidade. Nenhum dos trabalhos foi feito para Portugal. David acredita que a tradução do site possa mudar isso, já que “poderá trazer clientes portugueses”.

Em 2019, a Fiverr contabilizava 2,4 milhões de compradores e mais de 240 mil vendedores (freelancers) em 160 países, distribuídos por mais de 300 categorias de serviços.

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