Google quer mostrar como alterações climáticas estão a afetar heranças culturais

Fonte: Google Arts & Culture

“A nossa História partilhada está em risco”, aponta a Google, no site dedicado ao projeto Heritage on the Edgeque conta agora com mais cinco atrações históricas, disponíveis para visitas imersivas.

Numa parceria conjunta com a organização não-governamental CyArk e a ICOMOS (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios), o projeto quer alertar para os efeitos das alterações climáticas, que põem em risco lugares ricos em cultura e interesse histórico.

Assim, as três entidades documentaram expedições a cinco pontos do globo: Rapa Nui, na Ilha da Páscoa, Kilwa Kisiwani, na costa da Tanzânia, a cidade de Edimburgo, na Escócia, Bagerhat, no Bangladesh e Chan Chan, no Peru. O que têm em comum estes pontos históricos? Estão em risco com as alterações climáticas, ainda que com diferentes problemas – desde chuvas e cheias, risco de erosão ou seca.

Os trabalhos foram desenvolvidos com especialistas de cada país, nota a Google, para que quem visite os artigos criados para cada um destes cinco pontos perceba o impacto das alterações climáticas. Chance Coughenourprogram manager do Google Arts & Culture, explica que “os locais iniciais foram escolhidos com o desejo de mostrar uma visão alargada de vários pontos do mundo de como cada área sofre o impacto das alterações climáticas de diferentes formas”.

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De acordo com o responsável, cada monumento foi escolhido por diferentes motivos e com a possibilidade de mostrar património de várias épocas culturais. A famosa ilha de Rapa Nui “está a ser perdida para o avanço do mar e tempestades graduais” ou a velha e nova cidade de Edimburgo “uma fortaleza histórica e centro urbano que é a atração turística mais visitada do país, mas que está em risco devido às chuvas e inundações subterrâneas”, exemplifica.

site passará a contar com mais de 50 exposições online, que permitem ver os efeitos das alterações climáticas, e 25 modelos detalhados em 3D das cinco localizações. Além disso, são ainda disponibilizadas seis visitas com vista de rua em 360º.

Estarão ainda disponíveis modelos em realidade aumentada da Mesquita Nine Dome, no Bangladesh e do forte Gereza, na Tanzânia, que permite ter uma visão por dentro e por fora dos monumentos. Esta visita está disponível na aplicação Pocket Gallery.

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De acordo com a Google, a CyArk, que está dedicada há mais de uma década à digitalização de património em risco de desaparecer, usou recursos como digitalização 3D, vídeo captado a partir de drones ou fotogrametria.

Chance Coughenour acrescenta que este projeto Heritage on the Edge está integrado num projeto global mais alargado, que pretende perceber como é que as comunidades e especialistas reagem aos desafios de preservação. “Em todo o mundo, monumentos, a nossa herança, destinos icónicos e peças insubstituíveis da história estão em risco devido a desastres naturais, guerra, urbanização, turismo e alterações climáticas”, explica. “Sabemos que a tecnologia moderna pode ajudar a preservar diversas localizações em grande detalhe”, algo que antes não acontecia.

Para Coughenour, a tecnologia pode inclusive ter um papel “único não só a preservar a cultura”, mas também uma forma de “envolver as pessoas em todo o mundo”.

O Google Arts & Culture está disponível online e numa aplicação para smartphone. No ano passado, foram acrescentadas mais de três mil obras de arte portuguesa, de 22 instituições.

Em 2019 foi também acrescentada uma visita imersiva ao Palácio de Versalhes, em França.

 

Visita imersiva a Palácio de Versalhes chegou ao Google Arts & Culture