As seis grandes novidades que vão definir o futuro da Apple

    A Apple arrancou a semana com a conferência anual de programadores WWDC, na Califórnia. A tecnológica prepara-se para dizer adeus ao iTunes, software com 18 anos de vida, mas vai fazer chegar outro mundo de aplicações aos utilizadores. As novidades chegam no outono. 

    Durante mais de duas horas, a Apple mostrou ao mundo aquilo que anda a preparar para a próxima temporada. Todos os sistemas operativos do ecossistema da tecnológica norte-americana vão receber alterações.

    O que muda no iOS?

    A principal mudança do iOS 13 é o visual. O modo escuro será transversal neste sistema operativo, presente na aplicação de calendário, mapas ou música, entre outros. Outro pormenor: também o teclado vai ter direito a um tom mais escuro. A área de lembretes não foi esquecida: além do modo escuro, também foi alvo de algumas mudanças.

    Outra grande novidade deste novo sistema operativo são os mapas. A Apple pretende ter os Estados Unidos mapeados até ao final de 2019, mas há mais mudanças na aplicação, inclusive com a usabilidade. Virar o iPhone vai permitir ter acesso a uma área maior de mapa, por exemplo. Leia o artigo completo sobre as novidades do iOS 13 aqui.

     

    Apple rende-se ao lado negro da força: iOS 13 promete modo escuro

     

    O que muda no iPad?

    O novo sistema operativo vai trazer melhor gestão de ficheiros, maior capacidade multitarefa e até suporte para pens USB. O iPad vai ter um novo sistema operativo. Tem as mesmas funcionalidades do recém-anunciado iOS 13, mas vai mais além na exploração daquelas que são as características únicas de um dispositivo móvel com um tamanho grande. Esta segunda-feira a Apple anunciou o iPadOS.

    “O iPad foi construído nas fundações técnicas do iOS, mas ao longo dos anos o iPad evoluiu para algo único. Chegou a hora de reconhecer a plataforma de uma forma especial”, começou por dizer Craig Federighi. O executivo saltou depois para uma torrente de novidades que vão chegar ao tablet da marca da maçã.

    A primeira a ser demonstrada é a nova capacidade multitarefa do iPad: as aplicações agora têm funcionalidades multijanela. Isto significa que é possível ter mais do que uma janela em simultâneo a executar duas tarefas diferentes da mesma aplicação. Isto tanto funciona para as aplicações nativas do sistema operativo, como também vai funcionar nas aplicações dos programadores.

    Por exemplo, é possível ter a aplicação de email aberta em duas janelas e usar uma para arrastar conteúdos para a outra. Também vai ser possível ter duas janelas com o Microsoft Word lado a lado, o que segundo Craig Federighi, é uma vantagem para os utilizadores que procuram maior produtividade.

    A aplicação de Ficheiros é outra das que recebeu uma grande modificação. Agora quando seleciona um ficheiro, a aplicação vai mostrar uma pequena pré-visualização desse ficheiro e um conjunto de ações rápidas que o utilizador pode fazer logo a partir dali. Leia tudo sobre o novo iPadOS aqui. 

    iPadOS. O sistema que vai tornar o tablet da Apple mais parecido com um computador

    O que muda no macOS?

    No novo sistema operativo, a Apple torna muito simples para um programador converter uma aplicação do tablet iPad para os computadores Mac. Depois do sistema operativo para relógios, smartphones e tablets, a Apple mostrou ao mundo o que tem na ‘manga’ para os computadores. O macOS Catalina, como foi batizado, destaca-se acima de tudo por uma maior integração com o iPad.

    A maior novidade é o Project Catalyst. Usando o XCode, o programa de desenvolvimento de aplicações para software Apple, é possível abrir o projeto de uma aplicação para iPad e fazer uma conversão rápida e simples para Mac. Diz a Apple, através de Craig Federighi, que a maior parte dos ajustes são feitos de forma automática e o programador apenas precisa de concentrar-se nos detalhes da adaptação.

    A Apple promete que em poucos dias será possível ter uma aplicação desenhada para iPad totalmente otimizada para Mac. “Pela primeira vez podes criar uma aplicação que funciona em iPhone, iPad e Mac”, disse o vice-presidente de software da gigante norte-americana.

    Os computadores da Apple também vão receber uma nova funcionalidade chamada Sidecar que permite usar o iPad como um segundo ecrã: é possível selecionar e arrastar aplicações para o iPad ou então usar o ecrã do iPad para fazer tarefas de precisão – como desenhar – e ter os resultados imediatamente mostrados no Mac.

    Outro grande anúncio foi a ‘morte’ do iTunes. O programa que marcou uma geração e que ao longo dos anos funcionou como um agregador de conteúdos nos computadores da Apple chega agora ao fim e dá lugar a três aplicações em separado: Apple Music, Apple Podcasts e Apple TV.

    Há novidades exclusivas no macOS Catalina relativamente a estas aplicações, como é o caso da pesquisa de conteúdos em podcasts. Usando algoritmos de inteligência artificial, é possível ao utilizador teclar algumas palavras e ver o software devolver o resultado que mais se aproxima daquela pesquisa. Leia tudo sobre as alterações ao macOS aqui. 

     

    macOS Catalina traz adeus ao iTunes e maior integração com o iPad

    O que muda no watchOS?

    As novas aplicações do Apple Watch também já não precisam de uma ligação ao iPhone para funcionarem. Mais aplicações, serviços mais independentes e um cada vez maior foco na saúde. Este é o resumo daquilo que a Apple quer fazer com a sexta versão do watchOS, o sistema operativo da marca da maçã para os seus relógios inteligentes.

    A nova versão do software vai trazer mais algumas aplicações da Apple para o pulso dos utilizadores: memorandos de voz, livros áudio e também a clássica calculadora, sendo que neste caso permite calcular de forma fácil a gorjeta a dar ou então a dividir a conta de um jantar.

    O executivo Kevin Lynch confirmou ainda uma grande novidade pela qual os programadores esperavam há muito: a possibilidade de criarem aplicações independentes para o Apple Watch, sem necessitarem de uma aplicação companheira instalada no iPhone.

    A acompanhar esta novidade, a Apple anunciou a chegada da App Store ao relógio e que vai funcionar de forma semelhante aos smartphones: cada aplicação terá a sua própria página, com comentários e classificações dos utilizadores, com imagens da aplicação em formato de relógio e também com sugestões dos editores da Apple.

    “Vamos trazer a App Store para o Apple Watch. Podem pesquisar através de voz, desenho de letras e depois podem instalar a aplicação diretamente no relógio”, disse Kevin Lynch.

    Além de já permitir detetar quedas e também de realizar um eletrocardiograma preliminar, o Apple Watch vai ganhar mais funcionalidades ligadas à área da saúde.

    A primeira está relacionada com a audição. Usando os microfones integrados no relógio, o equipamento vai passar a emitir alertas sempre que o utilizador estiver num ambiente muito ruidoso e que pode ser prejudicial para a sua audição. Além do alerta, o relógio vai dizer qual o nível de som que seria desejável, o que ajuda o utilizador a perceber quão acima do desejável está. Leia tudo sobre as alterações ao sistema operativo para smartwatches da Apple. 

     

    App Store chega aos relógios da Apple. Conheça as novidades do watchOS 6

    Um novo Mac Pro

    Como nem só de software se faz um evento da Apple, a empresa também apresentou um novo computador. A Apple defende que “havia lugar para mais um” na linha de computadores da maçã. A vaga já foi preenchida: vem aí o Mac Pro, um computador virado para os profissionais mais exigentes.

    Tim Cook explica que “todos os subsistemas deste computador foram otimizados para a performance”. Começando pelo visual, é uma aposta ligeiramente diferente da Apple, com uma torre em metal, que no interior vai alojar aquilo que a marca defende como “a placa gráfica mais poderosa do mundo”.

    Não há segredo no público-alvo deste computador: quem trabalha com edição de vídeo e de áudio, onde os programas são habitualmente pesados e as tarefas exigentes para os diferentes componentes.

    A ideia é que o computador possa ser configurado dependendo das necessidades do utilizador – o que faz com que as características técnicas sejam bastante diversificadas. Há diferentes componentes dependendo se pretende editar vídeo ou não, por exemplo.

    Já há quem esteja a trabalhar a pensar neste computador: os exemplos incluem a Adobe, Autodesk ou a Sefi. Na demonstração feita, o programa de edição de áudio Logic foi usado com pelo menos mil faixas de áudio em modo de edição – uma tarefa exigente. Na área de edição de vídeo, a demonstração foi ligeiramente diferente – mesmo com o vídeo em reprodução, foram aplicados filtros de cor, dispensando a parte de renderização do vídeo. Leia mais sobre o novo computador da Apple aqui. 

     

    Apple redesenha o Mac Pro, com preços a partir dos 6 mil dólares

    Uma forma de simplificar a programação

    A linguagem de programação Swift tem agora uma plataforma criada de raíz, chamada Swift UI. Em vez de uma aplicação estar alicerçada em centenas de linhas de código, a ideia é que seja possível ver em tempo real as alterações que são feitas.

    Na demonstração feita no auditório de San José, a Apple mostra as capacidades desta Swift UI, que vai estar integrada na plataforma Xcode. Será possível criar aplicações para iOS e watchOS desta forma, com alguns movimentos de arrastar e largar para ver em tempo real as alterações que vai fazendo. A ideia é que, além da simplificação do código, também seja possível ter uma experiência interactiva.

    De um lado, o programador pode ver o iPhone ou o Apple Watch, por exemplo, e do outro o código da aplicação. Clicar numa caixa de texto, por exemplo, vai mostrar ao programador onde está o código a alterar.

    Além disso, também já está garantida a compatibilidade com o novo modo escuro, anunciado para o novo iOS 13. A Swift UI vai permitir programar também para macOS, tvOS, Linux, além do iOS e watchOS.

    Hoje em dia, já são mais de 450 mil as aplicações escritas recorrendo a esta linguagem de programação, apresentada pela Apple em 2014.

     

    Vem aí a Swift UI, que quer simplificar a programação de aplicações