Ao longo de três dias, a Universidade Europeia, recebe a conferência internacional “Navigating the Future of Management” . Além das possibilidades que a tecnologia traz, o encontro pretende abordar as competências necessárias ao “gestor do futuro”, para que Portugal seja conhecido “não pelo baixo salário e pela tarefa rotineira mas sim pelo pensamento crítico e estratégico dos gestores”, sublinha Gabriel Pestana, professor da instituição de ensino.
“Não há uma empresa global sem tecnologia”, garante Gabriel Pestana, professor auxiliar e coordenador de curso na Universidade Europeia. O docente reconhece que os “gestores precisam de evoluir” e que é necessário trabalhar na sensibilização dos mais jovens para as competências que vão marcar a diferença no mercado de trabalho. Gabriel Pestana sublinha que existe a “necessidade de os nossos jovens optarem por uma qualificação e especialização de forma a poderem diferenciar-se quando chegam”.
A robotização e as questões sociais que estão associadas ao tema também não escapam aos temas quentes da conferência, que decorre a partir desta quarta-feira, dia 10 de julho, no campus da Quinta do Bom Nome, em Carnide. “A robotização permite automatizar processos rotineiros que, tipicamente, requerem força muscular e que são muitas vezes associadas a baixos salários. Esse tipo de tarefas, de atividades, tendencialmente vão ser robotizados”, explica Gabriel Pestana, exemplificando com casos que já hoje se vêem na indústria.
Mas há formas e estratégias para fazer frente ao mercado de trabalho do futuro. O professor universitário sublinha que capacidades como a criatividade vão fazer a diferença no mercado, nos próximos anos – uma característica muito importante e dificilmente substituível por uma máquina.
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No espaço de cinco a dez anos, profissões como analista de dados, design de produtos ou serviços e arquitetura de sistemas serão “áreas fundamentais” nesta lógica dos empregos do futuro, garante Gabriel Pestana.
Mas nem só de robotização e inteligência artificial se fala nesta conferência. Ao longo destes três dias, o professor destaca também temas como a inovação no mundo das empresas e os desafios criados pela transformação digital.“Esta questão está a mudar a forma como os gestores têm de olhar para o mercado, a questão dos modelos de negócio emergentes e disruptivos, que estão assentes no reconhecimento da marca”, sublinha.
Mas há um aspeto que Gabriel Pestana considera fundamental para o mundo da gestão, que está, em parte, ligado à capacidade de analisar dados e ligação ao consumidor, que faz cada vez mais críticas e opiniões através das redes sociais. “Hoje em dia já temos livros de reclamações e procedimentos muito automatizados para cliente reclamar e para deixar sugestões, mas a dificuldade das empresas passa por pegar nesses dados e ser capaz de configurar um produto adequado a essa preferência”, explica. “O facto de o cliente disponibilizar tempo a deixar uma opinião é uma informação preciosa, que deve ser valorizada”.
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Gabriel Pestana acredita que os gestores atuais já estão mais sensibilizados para a importância de compreender a área da inovação e da tecnologia na estratégia empresarial. “Hoje em dia as empresas são globais e não há uma empresa global sem tecnologia, não há uma empresa global sem capacidade para se promover no mercado online”.
“É fácil falar e teorizar sobre a necessidade de personalização, mas na prática é muito difícil”, reconhece Gabriel Pestana. “Acredito que Portugal caminha nesse sentido [de chegar a um estado de maturidade na transformação digital], para que se possa diferenciar não pelo baixo salário e pela tarefa rotineira mas sim pelo pensamento crítico e estratégico dos nossos gestores”.
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