Lisboa e Porto, mas também Aveiro e Braga concentram o maior número de lugares disponíveis. Os salários estão bem acima da remuneração média nacional e os profissionais em início de carreira são os mais desejados.
Com as empresas tecnológicas em expansão em Portugal, a procura de profissionais para o setor é elevada. De acordo com a Randstad, existe um intervalo entre 14 e 19 mil vagas por preencher nesta área. Os dados fornecidos ao Dinheiro Vivo foram obtidos a partir de uma ferramenta desenvolvida pela empresa de recursos humanos, a xPT, que contabiliza anúncios de emprego disponíveis nos principais portais nacionais.
Perfis ricos em capacidade analítica, como business analyst, ou em estreita ligação com a área de desenvolvimento de software figuram no topo da lista das milhares de vagas disponíveis no setor. Além destes perfis específicos, as empresas têm ainda outra preferência: os juniores, mais frescos no mundo do trabalho.
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No que toca à distribuição geográfica destas vagas, repetem-se os ‘suspeitos’ do costume entre quem concentra maior número – Lisboa e Porto – mas há também espaço para as cidades de Aveiro e Braga. Nestas duas localizações, o mundo académico tem uma palavra a dizer: as empresas privilegiam a proximidade com o mundo das universidades, muitas vezes viveiros de talento. Na zona de Aveiro, um dos principais exemplos desta sinergia entre o mundo académico e empresarial é a Altice Labs, empresa de onde saem soluções tecnológicas para as várias geografias do grupo Altice.
Expectativas salariais acima da média
Além das ofertas de emprego disponíveis, a Randstad traça ainda a média de expetativas salariais em alguns dos cargos mais procurados. Com o salário médio nacional a fixar-se nos 912 euros, as expectativas de remuneração do setor estão bem acima. A única exceção diz respeito à área de helpdesk (apoio técnico), onde a expectativa salarial ronda, em média, os 770 euros mensais.
Em todos os outros casos, as médias ultrapassam os 1400 euros mensais. Segundo a empresa de recursos humanos, a área com maior expectativa salarial é a de Devops (desenvolvimento e operações), com uma média de dois mil euros mensais. Seguem-se as funções de business analyst (média de 1990 euros); project manager (1960 euros); java developer (1820 euros); fullstack developer (1790 euros) ou frontend developer (1650 euros). Abaixo da fasquia dos 1600 euros ficam as posições de web developer (1580 euros) e técnico de informática (1450 euros).
A Randstad explica que estes dados são obtidos através de uma combinação de fatores, onde se incluem as entrevistas feitas pela empresa para projetos de recrutamento, processamento de salários e ainda barómetros de mercado.
Recrutar nem sempre é fácil
“Todas as empresas vão ser uma empresa de tecnologia” é uma frase repetida até à exaustão no mundo empresarial, proferida por analistas e diretores de empresas. Com o processo de digitalização dos negócios a não dar mostras de acalmar, as empresas terão necessidade de recrutar perfis ligados à tecnologia, mesmo que essa não seja essa a principal área de atividade de quem contrata.
Mas o recrutamento de profissionais nas tecnologias de informação tem sido, para muitas empresas, um sério desafio, explicado em grande parte pela falta de profissionais no mercado. Se o mundo académico reconhece que não está a conseguir formar os profissionais da área em número suficiente para fazer frente às necessidades, os profissionais que existem são disputados entre empresas. A chegada de multinacionais tecnológicas a Portugal tem tornado o mercado de recrutamento ainda mais competitivo.
Nos últimos anos, Portugal tem atraído um número crescente de tecnológicas, entre centros de desenvolvimento e suporte. Só no ano passado, entre anúncios de expansão ou instalação de centros, contam-se exemplos como a norte-americana Cloudflare, em Lisboa, ou os novos centros da Oracle e da Revolut, ambos em Matosinhos. Embora com algumas diferenças, nestes três exemplos os objetivos de contratação tinham algo em comum: situavam-se na ordem das centenas. A Revolut, por exemplo, anunciou esta semana que irá inaugurar a 19 de março o centro de Matosinhos, que será a segunda maior unidade da fintech britânica na Europa.
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