Em tantos anos de vida, nem todos os conceitos, protótipos e produtos apresentados no CES (Consumer Electronics Show) podem ser vencedores. Há quem não vingue e até casos em que os produtos nunca chegam a sair da fase de protótipo…
A primeira edição acontecia em 1967, em Las Vegas. Ao longo dos anos, o CES começou a marcar a agenda de quem gosta de tecnologia ou tem curiosidade em saber qual é a ‘next big thing’ a chegar às lojas. Entre 1978 e 1994, o frenesim à volta dos produtos eletrónicos era tanto que até havia espaço para duas edições por ano: uma no inverno e outra no verão.
Em 2019, o CES é povoado por assistentes digitais, robôs, muitos produtos para tornar a casa mais inteligente – ou simplesmente por promessas mais à frente, como a conectividade 5G ou carros autónomos.
Os largos corredores da exposição recebem, ao longo do evento, mais de 182 mil pessoas, que distribuem atenções por milhares de produtos. Desde protótipos até produtos quase prontos a chegar ao mercado, há um pouco de tudo.
Mas, ao mesmo tempo em que as tendências tecnológicas se sucedem e atropelam, também há produtos que não chegam a ficar para a posteridade como memórias de sucesso.
Lançado em 1993, pela Sony, este novo sistema tinha como objetivo substituir os CD. Mais pequeno, com cerca de metade do tamanho dos CD, nunca chegou a ser realmente adotado pela indústria. Poucos forma os equipamentos compatíveis ou sequer as pessoas que chegaram efetivamente a usar este formato. Só os leitores de MP3 e o iPod conseguiram fazer sombra ao CD.
A consola da Apple
No CES de 1996, a Apple tentava lançar um computador que também funcionaria como uma consola. Em parceria com a Bandai, a Pippin era lançada um ano antes do regresso de Steve Jobs à Apple – que, uns anos mais tarde, haveria de levar a empresa à era do iTunes, iPod, iPhone ou iPad. Com preços elevados para a tabela de preços da altura, o computador/consola da Apple vendeu apenas dez mil unidades nos Estados Unidos.
A saga do Windows Vista
É visto como um dos sistemas operativos mais odiados da história da Microsoft. Na altura, quando foi anunciado no CES, chegou até a ganhar o prémio do ano. Quando chegou efetivamente aos utilizadores, os problemas com bugs e as incompatibilidades causaram problemas à Microsoft.
O Pre da Palm
Há dez anos, a marca apresentava o Pre, uma versão daquilo que era um smartphone com sistema operativo próprio. Um problema: o Android da Google já tinha alguma expressão – que só viria a crescer ao longo dos anos – e o iPhone já tinha três anos de vida. Um ano depois, a HP acabaria por comprar a Palm, por 1,2 mil milhões de dólares.
A televisão 3D que nunca chegou
há dez anos, marcas como a Panasonic tentavam introduzir esta lógica no mundo do consumo. Numa década, pouco ou nada aconteceu neste mundo, já que poucas foram as marcas que apostaram nesta tendência. De transmissões de televisão 3D, só o canal ESPN apostou num canal com potencialidade 3D. O resultado? O encerramento passados dois anos de existência.
A Nokia em maus lençóis
Há seis anos, este smartphone da Nokia até ganhou o prémio de um dos melhores produtos da CES naquele ano. O visual amarelo chamava a atenção e a câmara também conquistou alguns utilizadores. O problema: já eram tempos tenebrosos para a Nokia e o facto de utilizar o Windows Phone como sistema operativo também não ajudou.
A ama inteligente… e cancelada
A gigante dos brinquedos Mattel, em parceria com a Nabi, queria lançar uma mistura entre uma coluna inteligente e um monitor para bebés. O problema? A privacidade é sempre uma questão na cabeça dos consumidores – ainda para mais quando se fala na privacidade dos filhos. Foi apresentado em janeiro de 2017 e, em outubro do mesmo ano, o projeto seria cancelado.
Vale tudo pela privacidade?
Hushme, uma máscara com muito pouco sentido estético prometia privacidade nas conversas telefónicas para quem trabalha em espaços abertos. Os adiamentos deste produto têm sido constantes. Quase dois anos depois desta apresentação, a máscara com proteção acústica continua em modo de pré-venda no Kickstarter e plataformas de financiamento colaborativo do género.
A torradeira conectada
A Griffin apresentava em 2017 esta torradeira com conectividade Bluetooth. Nestes casos, há sempre uma dúvida que surge: há assim tanta necessidade para se ter uma torradeira do género?