Telefone concha Motorola Razr voltou com ecrã dobrável. Custa 1365 euros

Agora é mesmo oficial, depois de alguns boatos, a Motorola confirmou hoje que vai trazer de volta o seu telefone-concha, Razr, graças à tecnologia de ecrãs dobráveis. Chega no final do ano aos EUA por 1500 dólares (1365 euros).

É muito mais do que o regresso de um telefone que fez história no passado. No final dos anos 1990 e princípio dos anos 2000 os telefones concha, ou flip phones, eram uma das tendências inclusive em telefones mais caros. Dobram-se a meio, tinha um pequeno ecrã no exterior e ao abrirmos o aparelho – bastava fazê-lo para atender uma chamada, por exemplo – tínhamos o ecrã e o teclado disponível. A Motorola revive agora essa era, trazendo de volta, 15 anos depois, o seu fino Razr, mas com o melhor que a tecnologia tem hoje para oferecer.

O novo Razr apresenta-se da mesma forma como o primeiro modelo se apresentou há mais de uma década: “queremos trazer de novo uma mudança de mentalidades”, indicou a marca. Usa a nova geração de ecrãs dobráveis e táteis, que permite, em formato aberto, ter um ecrã 6,2 polegadas, maior do que um iPhone 11 ou 11 Pro, mas mais pequeno do que o 11 Pro Max. A vantagem é que, depois, podemos fechá-lo, dobrando o ecrã e ganhar espaço de bolso. No ecrã pequeno exterior é possível ver notificações, por exemplo.

O aparelho é posto à venda nos EUA logo após o Natal, a partir de 26 de dezembro, por 1500 dólares e a Motorola admite que seguem-se outros mercados já em 2020. À Europa, indica a Cnet, deve chegar em janeiro com um preço de 1500 euros. O analista da consultora IDC, o português Francisco Jerónimo, que teve a oportunidade de ver o protótipo deste modelo em fevereiro de 2018, explicou-nos que vê potencial nos ecrãs dobráveis – “são o futuro”, disse-nos – e este lançamento traz alguma emoção ao mercado. Ainda assim, não acredita que o lançamento vá mudar significativamente “a trajetória da Motorola, que tem uma participação no mercado muito pequena”.

Motorola Razr
Motorola Razr

A Motorola pertence desde 2014 à chinesa Lenovo, que quer dar nova vida à marca com este novo lançamento. A empresa está a descrever o novo modelo como que indica ser um feito “impossível” da engenharia, com uma dobra de ecrã que não deixa espaço em aberto, ao contrário do que se verifica no Samsung Galaxy Fold, o primeiro dobrável a surgir no mercado e que deve surgir em Portugal – com preço de dois mil euros – nas próximas semanas.

“Com o novo Razr, tivemos de repensar o telefone. A dobradiça sem deixar espaço quando está fechada permitiu-nos trazer para o mercado um dispositivo que se dobra completamente, quando muitos não acreditavam que poderíamos fazê-lo”, disse Glenn Schultz, chefe de desenvolvimento de produtos da empresa após o anúncio. A Motorola indica ainda que o seu ecrã é substituído gratuitamente em 24 horas enquanto está na garantia, para tranquilizar os consumidores que paguem os 1500 dólares pelo modelo. Paris Hilton e David Beckham foram os embaixadores da marca na apresentação do modelo.

Telemóveis concha de volta com ecrãs dobráveis. Ainda se lembra dos antigos?

O que valem os dobráveis, do Samsung Fold ao novo Razr

Jerónimo, que tem acesso antecipado a vários aparelhos novos, tem estado a usar há algumas semanas o novo Samsung Galaxy Fold. “A experiência de ter um telefone desdobrável que aumenta o tamanho do ecrã é fantástica. Cada vez mais nós consumimos conteúdos multimédia e ter essa possibilidade de, num formato igual ao de um telefone normal, ter a possibilidade de se transformar numa espécie de tablet, com o dobro do ecrã, permite uma experiência melhor”, diz-nos Jerónimo.

Já sobre os telefones concha como o Razr, “vão permitir o mesmo”, mas embora existam vantagens por ficar com um telefone tão pequeno (metade dos atuais) no bolso, que depois abre, o especialista admite que do pequeno contacto que teve com o protótipo “dá sempre a sensação que é um telefone pequeno”. “Até porque tem um rácio de 16:9, o que não me parece que vá ser a melhor oferta porque é demasiado comprido”. Ainda assim, só quando o experimentar no dia a dia é que Francisco Jerónimo espera ter uma opinião final.

Certo é que os ecrãs dobráveis prometem aumentar as possibilidades da forma como se pode interagir com o telemóvel, mas só com o tempo o preço ainda muito avultado pode começar a baixar.

Veja as caraterísticas:

O smartphone nunca mais será o mesmo: ecrãs dobráveis, gestos e 5G