Brenda Freeman, diretora de marketing da Magic Leap, esteve na Web Summit para ‘defender’ a honra daquela que é uma das startups mais valiosas do mundo – e também uma das mais criticadas.
“Há quatro anos, o nosso equipamento era grande o suficiente para caber num frigorífico, foi preciso alguns anos para aperfeiçoar”. Este foi um dos argumentos usados pela responsável de marketing da Magic Leap para justificar aquilo que muitos consideram ser um atraso na chegada ao mercado dos óculos de realidade aumentada Magic Leap One.
“Os Magic Leap One são sobre computação de contexto. Há câmaras que rastreiam o espaço e outros que rastreiam os teus olhos. O que torna isto mágico é que os elementos digitais reconhecem-te e interagem contigo. (…) Posso ter um avatar digital aqui, que se senta comigo no sofá, os seus olhos vão seguir os meus. Se me aproximar demasiado, a inteligência artificial vai saber que invadi o seu espaço”.
Para Brenda Freeman, será este elemento, o da hiper-presença, um conceito no qual a tecnologia digital quase replica as emoções e sensações de estar fisicamente com alguém, que vai mudar por completo o jogo da realidade mista.
“Penso que a maior parte das pessoas nestes espaços [realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista], todos concordamos e acreditamos que isto vai ser a próxima plataforma de computação disruptiva”, sublinhou a CMO da Magic Leap. “A hiper-presença, acho que é onde a magia acontece, quando tens hiper-presença com alguém com quem por norma não conseguirias”.
Brenda deu depois o exemplo da conferência de programadores da Magic Leap, na qual foi apresentado um humano-digital. “Aqueles que o experienciaram, foi de eriçar os pêlos nos braços e na nuca. Sei que estou a interagir com um humano-digital e está a responder-me de uma forma que eu não esperaria”, explicou.
“É uma das experiências que vai ser das mais transformativas, em termos de comunicação e produtividade nos próximos tempos”.
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Atualmente a Magic Leap já tem mil programadores a trabalhar no seu sistema de realidade aumentada. Algumas críticas dizem que a tecnologia propriamente dita da startup não é tão revolucionária como foi dito inúmeras vezes e como os dois mil milhões de dólares recebidos em investimento pareciam indicar.
Ainda assim, a empresa não abana. “Não somos distraídos pela conversa [das críticas]. Lançámos os Magic Leap One há dois meses, fizemos 20 anúncios, temos muitos parceiros que estão a trabalhar connosco há anos, temos coisas boas para anunciar. Continuamos o nosso caminho”.
“Temos investigadores, cientistas, engenheiros de software, temos peritos em efeitos especiais, storytellers, argumentistas. Tive o privilégio de colocar o foco nas histórias destas pessoas que deram um salto [took a leap]”, disse Brenda Freeman a propósito da diversidade de pessoas que estão a trabalhar na Magic Leap para criar uma tecnologia que pode ter um potencial para transformar várias indústrias: comunicação, entretenimento, videojogos e comércio eletrónico, entre outros.
“O futuro está aqui, o futuro é agora”, sentenciou.