O acordo secreto que permite à Apple garantir para breve o desejado 5G nos próximos iPhone custou caro à empresa de Cupertino, para benefício da Qualcomm.
Foi uma das guerrilhas mais intensas dos últimos meses. A Apple acusava a Qualcomm de práticas monopolistas e agressivas nos seus modems e chips e a Qualcomm acusava a Apple, após um divórcio complicado, de violar as suas patentes. No entanto, em abril, os vários casos judiciais foram resolvidos num só dia, quando Apple e Qualcomm não só anunciaram um acordo para por fim aos casos judiciais, como há um novo acordo fulcral para a Apple (e também para a estratégia da Qualcomm) de fornecer modems e chipsets 5G (e não só) nos próximos anos.
A Qualcomm anunciou agora, no seu relatório e contas do segundo trimestre do ano fiscal, que espera receber de 4,5 mil milhões de dólares a 4,7 mil milhões de compensação da Apple. Fica assim revelado o custo para a Apple de acabar a batalha legal para bem do futuro do iPhone. É que a empresa liderada por Tim Cook tinha confiado na Intel para fornecer os chipsets 5G para o iPhone, mas a Intel não estava a conseguir dar conta do recado – acabou, entretanto, com essa divisão da empresa.
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A Qualcomm indica no seu relatório e contas o seguinte:
“Enquanto continuamos a avaliar os impactos contabilísticos dos acordos feitos, a nossa orientação financeira para o terceiro trimestre do ano fiscal de 2019 inclui receitas estimadas de 4,5 mil milhões de dólares a 4,7 mil milhões resultantes dos pagamentos da Apple e da libertação das nossas obrigações de pagar ou reembolsar a Apple e os fabricantes contratados de certas responsabilidades.”
Desde o acordo de 16 de abril, as ações da Qualcomm subiram 43%. Já as ações da Apple subiram mais de 5% no mesmo período, especialmente desde um relatório e contas apresentado na quarta-feira, com lucros melhores do que o esperado (embora haja queda nas vendas do iPhone, compensada por subidas no iPad e nos serviços).
O acordo final entre as duas empresas incluiu um pagamento único da Apple à Qualcomm, um acordo de licenciamento de seis anos entre as duas empresas e um acordo para a Apple poder comprar os chips da Qualcomm. No entanto, os 4,5 mil milhões são uma pequena parcela dos 225 mil milhões de dólares que a Apple tem no banco para gastos.
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