É oficial, a Apple cria um rival direto dos serviços Revolut e N26, lançando um cartão de crédito sem número, nem taxas que dá de volta todos os dias 1 a 3% do dinheiro gasto em qualquer produto (cashback).
Foi Tim Cook, o CEO da Apple, que apresentou em palco a primeira aventura da Apple nos pagamentos, com o anúncio do novo Apple Card, o primeiro cartão de crédito (que não tem número nem precisa de cartão físico), da casa-mãe do iPhone. Mas, primeiro, Cook falou no Apple Pay, o serviço de pagamentos fáceis e com o telemóvel que a Apple já permite há algum tempo. O serviço limitado a poucos países, vai aumentar até ao final do ano para 40 novos países.
Cook também lembrou que o serviço de Apple Pay Transit, que permite passar/pagar os transportes públicos com o telemóvel, está disponível em Londres, Moscovo, Tóquio, Beijing, Shanghai, Guangzhou e vai alargar a várias cidades norte-americanas.
Voltando ao Apple Card, Cook garantiu que a Apple aprendeu nos últimos tempos muito sobre cartões de crédito, nomeadamente naquilo que não gostam neles. Daí que o Apple Card promete ser diferente de tudo o que existe no mercado dos bancos tradicionais hoje em dia. “Todos precisamos destes cartões, mas podem ser muito mais simples, é possível simplificar o que eles permitem fazer, remover as taxas nacionais e internacionais e dar a simplicidade, transparência, segurança e privacidade típica do iPhone”, prometeu Cook para o novo serviço.
Numa parceria feita com a Goldman Sachs, Jennifer Baily, vice-presidente do Apple Pay, deu pormenores do novo cartão “que beneficia da segurança do iPhone” e torna desnecessário receber qualquer cartão. O registo é feito no iPhone e em minutos tem-se acesso ao cartão e pode-se pagar em quase todos o lados graças à parceria com a Mastercard.
Mudar de morada por mensagem
Há um novo espaço na app Wallet, nos aparelhos móveis da Apple, e está repleta de novas capacidades. “Permite ver o que gastou, como gastou e quanto irá pagar”. Quem precisar de ajuda, saber detalhes de um transação ou mudar de morada “basta enviar uma mensagem ao serviço como se enviasse um SMS a um amigo e tudo acontece rapidamente.”
Outra prioridade da Apple é ajudar os seus clientes a terem uma vida financeira mais saudável, daí que a app dê mais conhecimento das transações feitas, indicando no mapa onde fica a empresa onde foi feito o gasto e decifrando os nomes de empresas usando machine learning “para dar informação adicional aos pagamentos”.
Além disso, o serviço organiza as compras, quanto se gastou e onde se gastou (usando os Mapas da Apple), indicando também categorias como entretenimento ou saúde, com cores diferentes.
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Programa de cashback
Tudo o que se gasta com o novo cartão da Apple dá dinheiro de volta, no chamado Daily Cash. “Vai receber cashback todos os dias em que gaste dinheiro e o dinheiro é real e pode ser logo usado”, explicou a responsável do Apple Pay. Quanto se recebe? Sempre que paga com iPhone ou Apple Watch, recebe 2% em dinheiro diário e se comprar produtos diretamente à Apple o valor sobe para 3% e é ilimitado, não tem limite máximo. “Todos os dias, dinheiro para si”, diz Jennifer Baily.
O Apple Card não tem taxas, nem internacionais, nem locais e, diz a Apple, tem as taxas mais baixas do mercado na versão de crédito e se alguém falhar um pagamento não se cobram penalidades. As compras são autenticadas por Touch ID ou Face ID e os dados guardados num chip no telefone e não chegam aos servidores da Apple. “Nem nós, nem a Goldman Sachs temos acesso ou poderemos vender os seus dados para marketing ou publicidade”, garante a responsável.
Se algum país não aceitar Apple Pay, pode-se requisitar um cartão físico feito em titânio e sem qualquer número indicado, nem número CVV ou dados sobre a data de validade (isso estará no iPhone), o que permite fazer pagamentos em países ou lojas sem Apple Pay. Neste caso o cashback desde para 1%.