A situação de pandemia está a refletir-se no consumo de produtos tecnológicos na Europa. Vendas de equipamentos para home office dispararam num mês.
O isolamento social decretado em vários países da Europa está a ter repercussões nas vendas de produtos tecnológicos. Entre 9 de março e 5 de abril, os dados da GfK recolhidos em vários mercados europeus apontam para uma considerável subida de algumas categorias de produtos, devido ao aumento do teletrabalho, ensino remoto e da necessidade de entretenimento em casa.
Alguns produtos que, até há alguns meses, pareciam mais ou menos esquecidos viram as vendas disparar. É o caso das webcams, cujas vendas aumentaram 297% face ao mesmo período do ano passado, a acompanhar o exponencial crescimento das chamadas de vídeo e de videoconferências para fins de ensino digital e teletrabalho. Também as vendas de monitores cresceram 120%, as impressoras 68%, portáteis com uma subida de 62%, tal como os teclados (+61%), em cinco dos principais mercados europeus.
Na área do entretenimento, com os europeus a passar mais tempo em casa, a venda de produtos de streaming e boxes cresceram 50% em alguns mercados da Europa, em comparação com o mesmo período do ano passado. Na Grã-Bretanha, por exemplo, a venda de televisores subiu 21%, com destaque para os modelos mais baratos, diz a GfK.
Na área dos jogos, a venda de consolas também subiu consideravelmente em alguns países: na Grã-Bretanha a venda de consolas subiu 259%; na Alemanha foi registado um crescimento de 139%; em França de 132%; em Espanha de 108% e em Itália de 65%.
O segmento dos computadores de gaming, com capacidade para acompanhar os requisitos mais exigentes dos jogos, também cresceu durante este período, com uma subida de 33% em Itália e 92% em Espanha.
As corridas aos supermercados antes do confinamento social também trouxeram uma alteração aos hábitos de consumo dos europeus. Na Grã-Bretanha, por exemplo, as vendas de congeladores subiram 317% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Alemanha foi registada uma subida de 185% e em França de 44%.
As vendas online cresceram quase 100% de 31 de março a 5 de abril, nos cinco maiores mercados da Europa (Grã-Bretanha, Alemanha, França, Espanha e Itália), mostram os dados GfK. No entanto, esse grande aumento não compensou as perdas nas lojas físicas e o mercado geral ainda diminuiu 14%.
A análise da GfK mostra também que as vendas online deveriam quadruplicar para compensar o fecho de lojas e que o consumo atual está muito longe desse valor. Em Itália, por exemplo, as vitórias no comércio eletrónico compensaram, apenas, cerca de 30% das perdas do retalho tradicional.