Facebook regressa às compras com aquisição de startup de IA

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REUTERS/Eric Gaillard

O Facebook anunciou a compra da startup londrina Bloomsbury AI, que trabalha no campo do processamento natural de linguagem.

A confirmação chegou através de uma publicação na página Facebook Academics, alguns dias depois de ter sido avançada por vários meios especializados. Como justificação para a compra, o Facebook refere que a “competência da Bloomsbury vai ajudar os esforços do Facebook no campo na investigação de processamento de linguagem natural, que permitirá ajudar a entender este tipo de linguagem e as suas aplicações”.

Não é segredo que o Facebook tem vindo a apostar em inteligência artificial para conseguir dotar o seu algoritmo de outras funcionalidades. Algumas delas, não tão visíveis ao utilizador comum. Quando foi ouvido no Parlamento Europeu, em maio deste ano, Mark Zuckerberg, o fundador e CEO da rede social, referia inclusive que estariam a utilizar inteligência artificial para detetar contas falsas e publicações abusivas, que pudessem estar a ser usadas para disseminar propaganda política num ano onde há várias eleições importantes, em vários pontos do globo.

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A questão é que não é fácil para um computador ou perceber as nuances da linguagem natural e apreender conceitos complexos utilizados no discurso. Ao longo dos tempos, o Facebook já deixou bem claro que quer utilizar a IA para compreender imagens, textos ou vídeos, para conseguir moderar todas as suas redes sociais. Vale a pena recordar que a esfera de influência do Facebook já se estende até ao Instagram, que já alcança mil milhões de utilizadores. 

Não foi especificado o valor envolvido no negócio, mas várias fontes referem montantes entre os 23 e os 30 milhões de dólares, num negócio que compreenderá também uma componente de ações do Facebook.

Em Londres, onde o Facebook também faz investigação para os seus produtos, a Bloomsbury AI é vista como uma startup madura, muito devido à quantidade de investigadores na sua equipa. As investigações da empresa pretendem retirar significado de documentos não estruturados, através de processamento de linguagem natural.

Ao longo dos anos, a Bloomsbury AI tem conseguido investimento de organizações como a Fly.VC, Seedcamp, IQ Capital ou UCL Technology Fund.