Google quer limpar da Internet desinformação sobre o vírus

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(Amy Osborne / AFP)

A Google tem um plano para eliminar nas pesquisas do motor de busca e da listagem de vídeos do YouTube conteúdos que possam promover a desinformação sobre o surto de coronavírus.

Tal como outras tecnológicas, a gigante da Internet também está preocupada com a propagação de conteúdos falsos sobre o vírus, que possam promover comportamentos de risco. Por isso, tem um plano para remover conteúdos das suas principais plataformas – o Google, usado todos os dias por milhões de pessoas, e a plataforma de vídeo YouTube.

“Ouviram-me falar sobre auxílio em contexto de momentos grandes e pequenos. Este [surto de Covid-19] é um desses grandes momentos”, escreveu o CEO da empresa, Sundar Pichai, num memorando interno, a que a Bloomberg teve acesso.

Um dos passos que a tecnológica está a tomar está ligado às pesquisas. Por isso, as pesquisas ligadas ao vírus vão acionar algo a que a tecnológica chama “SOS Alert”, mostrando as principais notícias e indexando no topo dos resultados as entidades de saúde. Fazendo uma pesquisa em Portugal, os principais resultados apresentam o site da Direcção Geral de Saúde e a Organização Mundial de Saúde.

Já no YouTube, a plataforma de vídeo da tecnológica, estarão a ser tomadas medidas para remover vídeos que divulguem informações falsas ou que possam induzir as pessoas em erro. A Google tem também feito um esforço para remover da loja de aplicações, a Google Play, apps ligadas ao tema.

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Com a Google a ser um peso-pesado na área dos anúncios – a área de pesquisa, por exemplo, gerou 98 mil milhões de dólares em 2019 – a Bloomberg refere que a empresa está a remover anúncios que tentam capitalizar o tema do Covid-19.

O espaço de anúncios no YouTube, que no ano passado gerou 15 mil milhões de dólares, também sofreu alterações. A tecnológica indica que está a ceder esse espaço a organizações não governamentais e a governos para partilharem recomendações sobre como conter a epidemia. Na semana passada, o Facebook anunciou uma estratégia semelhante, indicando que iria ceder gratuitamente anúncios à OMS e outras entidades competentes.

Tendo em conta que a alteração da forma como são indexados resultados de pesquisa é uma preocupação para muitos, a Google sublinha que as mudanças não são feitas manualmente. “Os nossos sistemas são criados para detetar automaticamente as pesquisas que possam estar relacionados com temas como saúde e aplicar o mesmo tratamento de elevar as fontes de confiança e autoridade nos resultados”, avançou um porta-voz da Google à Bloomberg. 

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