A luta dos EUA contra empresas chinesas nas redes 5G intensificou-se esta semana, agora junto das operadoras britânicas. Deixar Huawei de fora pode custar oito mil milhões de euros no Reino Unido.
O lobby dos EUA contra o uso de produtos da Huawei nas redes 5G britânicas continua a aumentar, já que o país liderado por Donald Trump quer convencer autoridades e operadores do Reino Unido a banir do país a empresa chinesa (à semelhança do que já foi feito nos EUA). Esta terça-feira, a embaixada dos EUA em Londres recebe várias pessoas relevantes das empresas de telecomunicações que operam no Reino Unido (mas não só) para continuar a pressão assumida contra a Huawei – algo que já vimos acontecer em Portugal.
A reunião extraordinária noticiada pelo The Guardian acontece um dia depois de um funcionário do departamento de Estado dos EUA ter deixado o alerta público: qualquer uso da tecnologia da Huawei vai levar a uma reavaliação da partilha de informação sensível com o Reino Unido. Esse mesmo aviso foi feito a Portugal em março, num evento em que o Dinheiro Vivo / Insider esteve presente.
Fontes do The Guardian, garantem que o governo de Trump quer convencer os operadores britânicos Vodafone, BT e O2 a banirem a Huawei – o que será difícil, visto que usam produtos da empresa chinesa -, embora não esteja claro quem ira participar no evento na embaixada.
Este lobby direto feito a empresas estrangeiras pelos EUA é considerado pouco comum. Uma fonte ligada à indústria do The Guardian diz mesmo que “é algo muito indecente para fazer”.
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E quanto custa deixar de fora a Huawei? Muito dinheiro
Além da desconfiança dos EUA face à Huawei, justificada com o argumento que, por ser uma empresa chinesa, estará vulnerável às pretensões e exigências do governo chinês, os norte-americanos têm fomentado uma guerra comercial com a China. O desejado 5G tem duas grandes empresas, neste momento, capazes de fornecer os desejados chipsets para a melhoria significativa nas velocidades de internet, a Huawei e a norte-americana Qualcomm.
A Huawei, nos chipsets e noutro tipo de produtos, tem cativado as empresas com preços mais competitivos, fruto de um investimento muito forte na tecnologia. Por isso mesmo, banir a empresa de fornecer infraestrutura 5G vai aumentar a fatura final a pagar pelas redes 5G. Essa é precisamente a conclusão de um relatório para a indústria britânica, intitulado Mobile UK, que garante que o corte da Huawei do 5G no Reino Unido poderia aumentar em 7 mil milhões de libras (oito mil milhões de euros) os custos das operadoras.
A semana passada, o conselho de segurança nacional do Reino Unido, numa reunião entre ministros e chefes de segurança, concordaram em, à partida, permitir que a Huawei fornecesse tecnologia “não essencial” nas futuras redes 5G. A decisão não deveria ter sido conhecida publicamente, mas uma fuga de informação revelou as conclusões que terão enfurecido as autoridades norte-americanas.
As agências de segurança britânicas também admitiram recentemente que os alegados riscos relacionados com a Huawei podem ser contidos sem banir a empresa.
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