“Não há nenhuma razão para excluir a Huawei do mercado”, diz primeiro-ministro

António Costa | Primeiro-ministro | Huawei
Foto: Filipe Amorim / Global Imagens

Líder do Governo abordou polémica da tecnológica chinesa durante o debate preparatório do Conselho Europeu desta semana.

António Costa defendeu esta terça-feira que “não há nenhuma razão para excluir a Huawei do mercado”. O primeiro-ministro foi questionado pela deputada social-democrata Rubina Berardo sobre se acompanha as preocupações da Comissão Europeia quanto à regulamentação e fiscalização de investimentos exteriores à União Europeia (UE), particularmente os chineses, em sectores decisivos como a energia ou as telecomunicações.

“Deste lado ninguém defende a quebra de segurança. O que não aceito é que, a pretexto da segurança, se introduzam mecanismos de protecionismo que desfavorecem as condições de contratação dos países que têm de contratar a sua modernização tecnológica”, afirmou António Costa, apontando o exemplo de outros países europeus.

“Verifico que países exigentes como o Reino Unido, há uma semana, e mesmo a Alemanha, declararam que não têm qualquer razão para excluir a Huawei do acesso ao mercado”, acrescentou, antes de defender que “a Europa não se reforçará se adotar uma atitude protecionista”.

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Em meados de fevereiro, o centro de cibersegurança do Reino Unido reconheceu haver riscos associados à utilização das redes 5G da Huawei, mas disse que esses riscos podem ser mitigados e portanto não aconselhou o bloqueio à tecnológica.

Recentemente, o líder do regulador do sector das comunicações nos EUA, Ajit Pai, esteve em Lisboa para tentar convencer Portugal a excluir a Huawei da infraestrutura 5G. “Esperemos que estas reuniões e avisos sejam úteis para os nossos parceiros, especialmente no assunto importante de segurança em telecomunicações”, disse, durante esse encontro no final de fevereiro, George Glass, embaixador norte-americano em Portugal.

“A América chama todos os nossos parceiros para que sejam vigilantes e rejeitem qualquer empresa que comprometa a integridade das suas comunicações ou os seus sistemas nacionais de segurança”, acrescentou na altura.

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