Huawei já tem alternativa preparada caso não possa usar o Android

Huawei Android
Foto: Tinh Khuong / Unsplash

Empresa chinesa está preparada caso a batalha com os EUA atinja novos patamares ao nível das restrições.

A Huawei tem um sistema operativo próprio e está preparada caso seja proibida de usar o Android, da Google, ou o Windows, da Microsoft, por causa das pressões que tem sofrido por parte dos EUA. A confirmação foi dada pelo diretor executivo da divisão de consumo da gigante chinesa.

“Preparámos o nosso próprio sistema operativo, para o caso de já não podermos usar estes sistemas, vamos estar prontos para usar o nosso plano B”, referiu Richard Yu ao jornal alemão Die Welt, para depois acrescentar: “Mas é claro que preferimos trabalhar com os ecossistemas da Google e da Microsoft”.

Caso a Huawei abandone o sistema operativo Android, isso teria consequências significativas no mercado de smartphones a nível global: segundo dados da consultora IDC, a Huawei é a terceira maior vendedora do mundo, tendo expedido 206 milhões de smartphones no último ano. Em Portugal, a Huawei tornou-se recentemente líder de mercado.

O desenvolvimento de uma alternativa ao Android – o software que equipa todos os smartphones da Huawei – começou em 2012, quando os EUA começaram a investigar as ações da tecnológica. Apesar do bloqueio de venda de smartphones nos EUA, Richard Yu diz que “isso não afeta o negócio de smartphones no resto do mundo”.

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“A economia dos EUA também beneficia connosco. Ninguém pode fazer tudo sozinho nesta indústria. Todos têm que trabalhar com outras empresas”, atirou ainda o responsável da Huawei.

A revelação de ter um sistema operativo próprio surge numa altura em que a tensão entre os EUA e a Huawei tem gerado pressões de parte a parte, quase a um ritmo diário. Ainda recentemente, o líder do regulador norte-americano para o sector das comunicações, Ajit Pai, esteve em Portugal para pedir ao Governo que não use tecnologias chinesas no desenvolvimento das redes 5G.

A Huawei avançou recentemente com um processo contra os EUA e apostou na abertura de um centro de cibersegurança em Bruxelas – área de investimento que a tecnológica também vai estender a Portugal.

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