Lisboa está a começar a ter a febre das trotinetes elétricas que já começou em agosto em Madrid. A capital espanhola criou novas regras para evitar a confusão.
As trotinetes elétricas têm-se espalhado pelos Estados Unidos e, agora, pela Europa, como fogo num palheiro. A Lime é uma das principais responsáveis. Nasceu no início de 2017 em São Francisco e muito sucesso, algumas críticas e o investimento da Google e da Uber depois, passado um ano e meio já chegou a Portugal.
Existem 400 trotinetes elétricas em Lisboa – devem-se seguir outras cidades – e, disse-nos recentemente um dos diretores de operações, o português Luís Pinto (que já passou pela Uber), “está a ser um grande sucesso”, embora “estejamos sempre atentos ao feedback dos utilizadores, do município e de todos em geral para melhorarmos”.
Certo é que, embora existam cada vez mais pessoas que nunca andaram de trotinete, a experimentar a Lime, nem todos convivem bem com estes novos veículos que dão facilmente 28 km/h e, embora melhorem a mobilidade para muitos, se forem mal usados também podem ser elementos incomodativos (se estiverem à frente de garagens ou perturbarem a circulação dos peões).
Madrid tem centenas de trotinetes elétricas da Lime desde agosto e, esta quarta-feira, o município criou novas regras que vão afetar mais os utilizadores do que a própria Lime. A velocidade máxima na maior parte das ruas com uma só faixa passa a ser 30 km/h. Mas se nesse aspeto as trotinetes elétricas não sofrem, já com a regra de limitar a circulação nos passeios a 5 km/h e apenas com veículos sem motor (mesmo elétrico) irá afetar os condutores da Lime, que passam a ter mesmo de circular apenas nas ciclovias ou na estrada.
O Boletim Oficial da Comunidade de Madrid (BOCM) publicou já os novos regulamentos que indicam que só podem subir e circular nos passeios os veículos sem motor que não superem os 5 km/h de velocidade. A idade mínima para andar de trotinete elétrico, ou como dizem os espanhóis, patinete eléctrico, será de 15 anos e este veículos só podem circular na parte central de cada faixa da estrada. Durante um ano vai ser analisada a utilização destas trotinetes nas vias principais, onde convivem também com os carros e as bicicletas e depois vão decidir se a proibição de circularem nos passeios muda ou não.
As motos, bicicletas e trotinetes estacionadas no passeio não podem perturbar os peões já que devem deixar sempre livre um espaço nunca inferior aos três metros. As motos não podem estacionar nos passeios se houver por perto um espaço para motas.
O município considera, ainda, colocar radares para evitar o excesso de velocidades nos passeios em algumas zonas principais da cidade.
Com a Lime ainda a dar os primeiros passos em Lisboa, resta saber se o que se passa em Espanha pode influenciar novas medidas em Portugal (até porque Porto, Aveiro, Braga e Coimbra são outras cidades em que a Lime quer estar).