A Oracle Portugal tem um novo country manager e já falámos com ele. Bruno Morais substitui no cargo Hugo Abreu e explica-nos como a empresa que já está há 30 anos em Portugal quer continuar a crescer.
Chama-se Bruno Morais, tem 40 anos, uma vasta experiência na área comercial e de software e não é uma cara nova na Oracle Portugal. Depois de ter passado pela área comercial da empresa que está há 30 anos em Portugal (e que tem 40 anos de existência) entre 2001 e 2007, voltou à Oracle em 2014, depois de funções de direção na Software AG Portugal e na Salesforce (na Irlanda). Na altura, veio reforçar a equipa do anterior country manager, Hugo Abreu, que foi promovido e passa a desempenhar funções a nível ibérico como Cloud System Leader, uma das áreas de mais forte aposta da multinacional americana.
Morais é formado em engenharia informática pela UNL/FCT, pós-graduado em gestão no ISCTE/INDEG e em liderança pela London Business School e leva 17 anos de experiência profissional no mercado das TI – nomeadamente em multinacionais da área de software, sendo 11 deles em colaboração com a Oracle.
O que significa para si esta posição de liderança, depois de ter voltado para a empresa em 2014? É o culminar da carreira?
Foi com grande satisfação e entusiasmo, mas também grande sentido de responsabilidade, que recebi esta nomeação. Vivemos um importante momento de transformação digital e de novo paradigma com a cloud. Os dados e a informação estão no centro desta mudança. Sendo a Oracle líder e inovador global há 40 anos nesta área de data information, considero esta posição uma excelente oportunidade de marcar a diferença no mercado neste período particular.
Quais os desafios que esta nova posição lhe traz? Em que ponto está a Oracle em Portugal neste momento?
A subsidiária vive um momento sólido com crescimento expressivo nas soluções cloud. Queremos reforçar o nosso crescimento e ajudar os nossos clientes na sua digitalização e aumento da eficiência, com o importante apoio dos nossos parceiros.
Quais são os seus objetivos para a empresa para 2019? Onde querem estar em 2020? E o que espera mudar? Têm objetivos quantitativos que possam adiantar para 2019?
Existem três aspetos fundamentais para o nosso sucesso: aumento de foco na satisfação dos clientes, melhorar a atração e a retenção de talento e desenvolver parceiros especializados. Temos uma proposta de valor e uma posição únicas no mercado e estamos a ajudar os nossos clientes na consolidação da informação com uma forte racionalização de custos e aumento dos níveis de eficiência. Desta forma libertamos recursos para os nossos clientes inovarem também connosco e com o nosso portfólio de aplicações e soluções tecnológicas.
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De que forma o seu background tecnológico, além de gestão, pode fazer diferença numa empresa como esta?
A Oracle é uma empresa de tecnologia e inovação pelo que um background tecnológico é uma boa ajuda para entender conceitos de soluções, algumas delas com um certo grau de sofisticação.
Como definiria a Oracle hoje em dia, como empresa mundial e a nível da operação em Portugal?
A Oracle é hoje a maior multinacional mundial de tecnologias de informação para empresas e serviços públicos. Em conjunto com os nossos parceiros, mantemos diversos sistemas críticos dos nossos clientes. Contamos com mais de 430.000 clientes distribuídos por 175 países e uma faturação de 40 mil milhões de dólares no último ano fiscal. Temos globalmente 25.000 parceiros e 137.000 empregados e contribuímos já para mais de 18.000 patentes. Em Portugal completamos este ano 30 anos de presença e cooperação com o sector privado e público e temos presença em praticamente todos os grandes clientes e ministérios.
O que distingue nesta altura, a nível tecnológico, a Oracle a nível mundial?
A inovação e qualidade dos seus produtos, a capacidade de cobrir end-to-end qualquer necessidade dos nossos clientes e a criticidade das aplicações que cobrimos são os pontos que nos distinguem no mercado. Disponibilizamos desde soluções de hardware, algumas delas otimizadas exclusivamente para operar o nosso software (enginnered systems), passando por data information, big data e analytics, middleware e aplicações, sejam elas de Customer Experience, ERP ou RH, entre outras. Temos a possibilidade de dar aos clientes a escolha na forma como querem gerir o seu IT: public cloud, com hardware no seu data center (cloud at customer) ou instalação tradicional do software no data center do cliente (on premise).
A inteligência artificial é um tema quase sempre falado na nova era tecnológica. Que tecnologia pensa que pode fazer a diferença para a Oracle e para outras gigantes tecnológicas nos próximos tempos?
A IA e Machine Learning são para a Oracle fatores de inovação e diferenciação no nosso software e foram eles a base do lançamento da primeira Self-Driven Database do Mercado: Oracle Autonomous Database. Esta permite eliminar tarefas rotineiras e consequentes erros humanos e proteger os dados, detetando de forma pró-ativa eventuais ataques e vulnerabilidades. Outro exemplo prático da IA é a utilização de chatbots (ou digital assistants) que permite a resposta automática a questões dos utilizadores, baixando consideravelmente o número de chamadas nos call centres, como aliás temos vindo a desenvolver com os nossos parceiros no sector da saúde. IoT e blockchain são outras duas áreas de especial importância para a Oracle.
Quais os valores que guiam a empresa hoje em dia e o que pensa de Larry Ellison e da sua liderança e também dos atuais CEO?
Temos como valores fundamentais a integridade, a inovação e a qualidade das nossas soluções. O Larry Ellison é para mim um visionário por quem detenho um grande respeito e admiração. Pela empresa que criou, pelo movimento que fez de passar a Oracle de uma empresa de base de dados para o gigante que é hoje com uma oferta global em todas as áreas do Mercado Corporate. Admiro também a humildade como em 2014 assumiu também a posição de CTO, mantendo-se ativo na inovação dos produtos que levamos para o mercado. Ambos os atuais CEO da Oracle, Mark Hurd e Safra Catz são profundos conhecedores do mercado e da companhia e estão a conduzir um excelente trabalho com resultados à vista.
Tem números concretos de clientes (alguns exemplos), faturação mundial e portuguesa da empresa?
Colaboramos com praticamente todas as top 50 empresas nacionais e os ministérios de maior dimensão. A faturação mundial no último ano fiscal foi de 40 mil milhões de euros com segmentos de forte crescimento como é o caso do segmento de ERP (Enterprise Resource Planning) que cresceu 32% no último trimestre.
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