Se por um lado as grandes tecnológicas têm produtos que são usados por milhões de utilizadores em todo o mundo, o segredo está nos investimentos futuros.
Com a revelação dos resultados financeiros anuais da Google relativos a 2018 – 136 mil milhões de dólares em receitas e lucros de 30 mil milhões -, ficámos também a saber quanto é que a gigante dos motores de busca investiu em investigação e desenvolvimento (R&D): 21,4 mil milhões de dólares.
O valor representa 15% do total que a empresa ganhou durante o ano. Mais: o montante representa um crescimento de quase 30% face ao valor que a tecnológica tinha investido em R&D ao longo de 2017.
O valor é significativo – basta pensar que a Google investiu em R&D o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal -, mas está longe de ser incomum entre as grandes tecnológicas.
Em 2017, a Amazon investiu 22,6 mil milhões de dólares em investigação em desenvolvimento, ficando com o primeiro lugar deste ranking. A Alphabet, a empresa-mãe da Google, nesse ano ficou em 2º lugar com 16,6 mil milhões em investimento e a Intel segurou o terceiro lugar com 13 mil milhões em R&D.
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Este esforço gigantesco que as grandes tecnológicas fazem em investigação e desenvolvimento tem muitas vezes um impacto negativo a curto prazo – os investidores não gostam de ver tamanhos valores de investimento nos resultados anuais ou trimestrais das grandes tecnológicas, sobretudo quando esses resultados ficam abaixo do esperado.
A pressão dos investidores acontece também porque muitos dos projetos de investigação e desenvolvimento não chegam a ver a luz do dia ou quando são lançados no mercado, nem sempre têm sucesso – no caso da Google pode pensar, por exemplo, nos óculos de realidade aumentada Google Glass.
Mas o próximo grande filão das tecnológicas – e a manutenção do domínio que têm atualmente -, passa pela aposta nestas novas ‘aventuras’ – basta pensar que a divisão de carros autónomos da Google cresceu o suficiente para dar origem a uma empresa independente, a Waymo.