Google vai abrandar “significativamente” ritmo de contratações em 2020, avisa CEO

Google, Alphabet
(Robyn Beck / AFP)

Através de um memorando interno, Sundar Pichai comunicou aos trabalhadores que os próximos tempos “não vão ser fáceis” e que “Google e Alphabet não estão imunes aos efeitos desta pandemia global”. 

O CEO da Google e da AlphabetSundar Pichai, enviou uma comunicação interna aos trabalhadores, a que a Bloomberg teve acesso. Na nota onde assinala que já passaram dois meses desde o encerramento dos escritórios da tecnológica na Ásia, o líder da Google anuncia que a empresa abrandará “significativamente” o ritmo de contratações ao longo deste ano, tendo em conta o contexto económico que o mundo atravessa.

“Estamos só com um trimestre feito de 2020 e este já é o ano mais incomum de que há memória. Nenhum de nós conseguia prever que a maioria de nós estaria a trabalhar de casa durante a maior pandemia global das nossas vidas”, é possível ler na comunicação do CEO da gigante da Internet.

“Como na crise financeira de 2008, a economia global está a sofrer e a Google e a Alphabet não estão imunes aos efeitos desta pandemia global. Existimos num ecossistema de parcerias e negócios interligados, sendo que muitos deles estão num período difícil”, avisa.

“A lição clara a tirar de 2008 é que a preparação antecipada é chave para estar nesta tempestade e emergir numa posição para continuar o crescimento a longo prazo, algo que temos feito na última década”, explica Pichai, para dar conta dos planos da tecnológica para este ano.

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“Estamos a reavaliar o ritmo dos nossos planos de investimento para o resto de 2020. E isto começa com uma análise mais crítica ao nosso ritmo de contratações para o resto do ano”. No ano passado, a Google contratou 20 mil pessoas e tinha como objetivo para este ano um número semelhante, recorda o CEO. “Já contratámos mais de quatro mil pessoas no primeiro trimestre e milhares de novas contratações iam começar em breve. Não só estamos a ter atrasos em conseguir que toda a gente tenha os seus equipamentos essenciais, como portáteis e chaves de segurança, mas também estamos a ter desafios em pôr os Nooglers [novos trabalhadores] a par de tudo, com treino e a serem produtivos nas suas equipas”.

Sundar Pichai escreve que “este é o momento para abrandar significativamente o ritmo de contratação, ao mesmo tempo em que se mantém algum momentum num pequeno número de áreas estratégicas onde os utilizadores e os negócios precisam de apoio contínuo e onde o nosso crescimento é crítico para o seu sucesso”. O CEO da empresa refere que esta estratégia é necessária para garantir que a tecnológica termina o ano “com um tamanho e escala mais apropriados”, indicando que será feita uma “priorização cuidada das áreas onde são necessárias contratações”.

Além desta mudança no recrutamento, a Google indica que não suspende o investimento, mas que “o foco e o ritmo de investimentos em áreas como data centers e máquinas será recalibrado, tal como nas áreas de marketing e viagens”. Em fevereiro, a Google anunciou que iria investir dez mil milhões de dólares na operação dos Estados Unidos, ao longo de 2020, com o objetivo de expandir a área de data centers e escritórios.

Na mesma nota enviada aos trabalhadores, a empresa refere que tem “sido útil” nestes tempos de pandemia.

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