“A Huawei nunca foi, nem nunca será, uma ameaça à segurança”

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Edifício da Huawei em Pequim. Foto: REUTERS/Thomas Peter

Mensagem do CEO rotativo da gigante chinesa diz ainda que cibersegurança e a proteção da privacidade vão estar no topo das prioridades da empresa para 2019.

Um discurso que tenta contrariar o clima de desconfiança que se instalou em torno da Huawei, mas que tem recados bem vincados pelo meio. É assim a mensagem Guo Ping, diretor executivo rotativo da gigante chinesa, para o novo ano.

“Os mercados 5G que escolherem não trabalhar com a Huawei vão ser como um jogo da NBA [basquetebol] sem jogadores estrela: o jogo vai continuar, mas com menos destreza, chama e especialização”, escreve o CEO na sua mensagem.

“A Huawei nunca foi, nem nunca será, uma ameaça à segurança”, escreve ainda o responsável. “Vamos manter os nossos padrões elevados, colocando a cibersegurança e a proteção da privacidade no topo da nossa agenda. Planeamos melhorar sistematicamente as nossas capacidades de engenharia de software nos próximos cinco anos, integrando confiança e alta qualidade em todos os nossos produtos e soluções”.

A Huawei já assinou 26 contratos comerciais para a área do 5G com operadores de telecomunicações e já expediu mais de 10 mil estações 5G para mercados de todo o mundo, sublinha Guo Ping.

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Entre todas as áreas de negócio, as receitas da Huawei vão crescer 21% em 2018, para 108,5 mil milhões de dólares. “A nossa performance de negócio continua forte e esta é, de longe, a forma de validação mais direta que podemos receber dos nossos clientes”. Guo Ping diz ainda que este crescimento é a melhor resposta para a conjectura negativa e para as restrições de mercado que a tecnológica tem enfrentado nos últimos meses.

Recorda-se que a Huawei já sofreu bloqueios dos EUA, Austrália e Nova Zelândia por os seus equipamentos terem alegadas falhas que colocam em causa a segurança nacional destes países. Noutros territórios, como no Reino Unido, pelo menos um operador de telecomunicações já disse que não vai usar equipamentos da Huawei na sua estratégia de implementação de 5G. Portugal está, para já, fora da onda contra a empresa.

Além de tentar resolver as preocupações relativas ao tema da segurança e privacidade, a Huawei vai também operar outras alterações estratégicas em 2019: vai cortar no desenvolvimento de produtos que não são competitivos e vai redirecionar os funcionários afetados para áreas que a empresa considera como “oportunidades estratégicas”.

“Se conseguirmos desenvolver a arquitetura de rede mais simples possível, tornar os nossos modelos de transação o mais simples possível, garantir os mais altos níveis de cibersegurança e proteção de privacidade, produzir os melhores produtos e disponibilizar os melhores serviços, nenhum mercado nos pode manter afastados”.

“Não devemos ficar desencorajados por incidentes maliciosos ou contratempos temporários, mas devemos manter-nos determinados em alcançar a liderança global. Os contratempos só nos vão tornar mais corajosos e tratamentos incrivelmente injustos vão levar-nos até número um no mundo”, garante o CEO da gigante chinesa.

A mensagem surge numa altura em que os EUA voltam à carga contra a empresa: Donald Trump estará a ponderar lançar uma ordem, no início de 2019, na qual declara emergência nacional e impede as empresas norte-americanas de usarem equipamentos de telecomunicações da Huawei e da também chinesa ZTE.

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