Estudo: o streaming (e a Netflix) não estão a matar as salas de cinema

O serviços de streaming como a Netflix há muito que são acusados de estar a tirar pessoas das salas, mas um estudo novo contraria essa acusação.

Apesar das polémicas entre empresas de streaming como a Netflix e a indústria do cinema associada às salas e, no caso de França, aos prémios do Festival de Cannes, a Netflix não está a matar os cinemas. Pelo menos, é essa a conclusão de um novo estudo conduzido pelo grupo de Economia Quantitativa e Estatística da EY (Ernst & Young), que revela que as pessoas que vão ao cinema nos salas com mais frequência, são também as que consomem mais conteúdos em streaming.

Estas conclusões vão contra as teorias avançadas pelos peritos das receitas de bilheteira, que atribuem a falta de presença de público nas salas à crescente popularidade das empresas de entretenimento digital. De acordo com o estudo esta é a prova de que as duas formas de consumo de conteúdos multimédia e histórias podem ser complementares. 

Outra das conclusões indica que os entrevistados que visitaram uma sala de cinema nove vezes ou mais nos últimos 12 meses, consumiram mais conteúdo de streaming do que os consumidores que visitaram uma sala de cinema apenas uma ou duas vezes no último ano. Já aqueles que assistiram a nove ou mais filmes no cinema tiveram em média 11 horas de streaming semanal, em comparação com as sete horas de streaming consumidas, em média, por aqueles que viram de um a dois filmes nas salas.

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Para chegar a estes resultados, foram entrevistadas 2.500 pessoas em novembro – 80% das quais viram pelo menos um filme nos cinemas o ano passado. O estudo foi encomendado pela Associação de Proprietários de Teatro dos EUA (NATO), um grupo de lobby da indústria de salas de cinema, que tem sido particularmente crítico relativamente à decisão da Netflix ter lançamentos tradicionais (ao mesmo tempo que os estreia na plataforma de streaming) para alguns dos seus filmes com maiores possibilidades nos Óscares, como Roma ou Outlaw King.

O estudo indica também que quase metade das pessoas que disseram que não visitaram uma sala de cinema nos últimos 12 meses também não viram nenhum conteúdo online. Apenas 18% dos entrevistados que evitam os cinemas visionaram conteúdo online durante oito ou mais horas por semana.

Esta é uma altura em que as bilheteiras norte-americanas estão a aproximar-se de valores recorde, graças a filmes como Venom, Incríveis 2 ou Avengers: Infinity War e, com isso, estão a afastar as visões pessimistas recentes.

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