Reino Unido: Facebook acusado de dar acesso indevido a dados pessoais

Facebook Mark Zuckerberg
REUTERS/Charles Platiau

 

Empresa de Mark Zuckerberg é agora acusada pelo parlamento britânico de dar acesso preferencial de dados a programadores.

O Facebook continua na linha de fogo no que aos dados pessoais diz respeito. Um relatório do comité digital, media e desporto (DCMS) do parlamento britânico acusa a rede social de dar a alguns programadores acesso indevido a dados pessoais. As revelações terão sido feitas através de centenas de emails a que o comité teve acesso e que mostram um desrespeito da empresa pela privacidade dos utilizadores da rede social.

O parlamento britânico publicou esta quarta-feira conversas privadas entre executivos de topo da empresa, incluindo Mark Zuckerberg. Nesses emails percebe-se bem que o gigante das redes sociais tinha acordos preferenciais com algumas empresas, onde estão a Netflix e a Airbnb, no que diz respeito ao acesso a dados pessoais dos seus utilizadores.

O relatório do DCMS garante mesmo que o Facebook “tornou o mais difícil possível” que os seus utilizadores tivessem conhecimento claro de que a rede social lhes gravava as chamadas, mensagens do telemóvel. A informação estaria ‘escondida’ numa atualização no sistema operativo Android.

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O relatório sugere ainda que o gigante norte-americano com mais de 2,2 mil milhões de utilizadores usou a Onavo, uma empresa israelita dona de várias apps e de que faz análise de dados, para criar inquéritos globais. O objetivo? Conhecer os hábitos dos utilizadores de apps móveis sem eles saberem para que tipo de usos (e para quem) essa informação iria servir.

Existem ainda críticas às “posições agressivas” do Facebook relativamente a algumas apps, onde aparece o exemplo da app Vine, que viu o acesso a dados dos seus utilizadores ser negado pelo Facebook, o que terá sido um factor para a app ter acabado em 2016.

Os documentos em causa são da empresa de apps Six4Three, que colocou o Facebook em tribunal na Califórnia. A empresa é mais conhecida pela app Pikinis, que permite aos utilizadores usarem filtros para encontrarem pessoas a vestir bikinis. Os documentos foram obtidos pelo parlamento britânico a semana passada, após o responsável do comité DCMS, Damian Collins, ter conseguido um mecanismo parlamentar raramente usado para conseguir os documentos.

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O Financial Times cita um porta-voz do Facebook, que indicou que os documentos reunidos pela Six4Three “são apenas parte da história e são apresentados de uma forma enganadora e sem contexto”. A rede social volta a enfatizar as mudanças feitas em 2015 “para impedir que uma pessoa possa partilhar a informação pessoal dos seus amigos com programadores”, algo que acontecia anteriormente.