Como a inteligência artificial ensinou este robô a comportar-se como um humano

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Foto: OpenAI

Pode um robô mexer uma mão como um humano? A resposta é sim: este sistema treinou, num simulador, o equivalente a 100 anos e os resultados estão à vista.

A organização sem fins lucrativos OpenAI revelou mais um resultado das suas investigações: usar inteligência artificial para melhorar a destreza de movimentos de um robô. Neste caso específico, treinar uma mão robótica para rodar um cubo para a posição que lhe era indicada.

O que para a maioria dos humanos é uma tarefa sem grande dificuldade, para os robôs tem outro nível de complexidade. Porquê? Na prática os humanos levam milhares de anos de treino de avanço e só agora os robôs estão a aprender pequenos pormenores que os ajudam a manipular os objetos.

Usando simulações em computadores com grande poder de processamento, os investigadores conseguiram fazer com que o robô rodasse o cubo 50 vezes seguidas sem cair. Segundo a publicação The Verge, em média o robô deixava cair o cubo a cada 13 movimentos.

Um dos elementos em destaque nesta investigação da OpenAI, além da suavidade dos movimentos que o robô conseguiu alcançar, foi o próprio método de ensino. Em vez de utilizar uma aprendizagem por reforço – repetir a mesma tarefa até dominá-la -, a equipa usou um método de aprendizagem dinâmica.

Na prática o robô foi treinado em diferentes condições, elementos que obrigam a um manuseamento diferente e que depois têm um reflexo na aprendizagem final. Por exemplo, alterar o peso do cubo e até a força da gravidade da simulação foram elementos que ajudaram a alcançar o resultado visível no vídeo. Por seu lado o robô aprendeu a trocar o dedo de apoio do cubo e a deslizá-lo para outras posições.

“Sem esta randomização de condições, simplesmente deixaria cair constantemente o objeto, pois não estaria habituado”, explicou Matthias Plappert, um dos investigadores do sistema de destreza que recebeu o nome de Dactyl.

No final, este trabalho da OpenAI deixa clara um ideia: os robôs ainda precisam de aprender muito para conseguirem ter a mesma destreza motora dos humanos.