Na Europa, 27% das pessoas já tomaram medidas para combater a tentação do smartphone.
No ano passado, Sundar Pichai, CEO da Google, anunciava um conjunto de ferramentas dedicadas a um único objetivo: garantir que os utilizadores têm perfeita consciência do tempo que gastam online ou a utilizar o smartphone. A ideia é simples: se souber com que frequência é que desbloqueia o telefone ou quanto tempo interage com equipamentos eletrónicos, pode adotar medidas para ter um equilíbrio maior entre o online e o mundo real.
Maggie Stanphill é a responsável da Google pelo desenvolvimento desse conjunto de ferramentas, que ganham forma em várias aplicações para smartphone e ferramentas incluídas de raiz nas versões mais recentes do Android.
A trabalhar há 20 anos na área, Stanphill reconhece o interesse da indústria pela promoção de hábitos mais saudáveis no uso de dispositivos eletrónicos. Para a diretora da área de experiência de utilizador (UX) da Google, a disponibilização deste tipo de ferramentas vai ao encontro das necessidades de um consumidor que é cada vez mais exigente.
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“Acho que os utilizadores também já estão à espera de um produto deste género e já esperam que as marcas façam algo mais do que uma conversão ou ajuda numa transação. E isto tem muito que ver com a criação de uma relação de confiança com o utilizador, para garantir que estamos a entregar-lhes bons valores para usarem os nossos produtos.”
Em pouco mais de um ano, Maggie Stanphill descreve que estas ferramentas aliciaram mais utilizadores a fazerem uma pausa do smartphone. “Sabemos que as pessoas estão a agir, a pesquisa global aponta que uma em cada três pessoas nos Estados Unidos já tomou medidas para usar menos tecnologia neste ano. Na Europa, os resultados apontam para 27%.”
A disponibilização destas ferramentas para promoção de um uso mais responsável da tecnologia representa uma séria possibilidade de aprendizagem para a Google, garante. “Estamos a aprender à medida que desenvolvemos os produtos e há muito trabalho a fazer, mesmo a nível académico.” A diretora de UX da Google reconhece ainda que é um desafio desenvolver ferramentas deste género, com tantos perfis de utilizador diferente. “A questão do bem-estar digital ou de qualquer outra ferramenta de equilíbrio digital é a ideia de que não há duas pessoas iguais, há diferentes visões do que é um bom dia online”, reconhece, explicando que a grande ambição é a deteção de “pontos comuns” nos hábitos dos utilizadores.
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“As pessoas adoram tecnologia, também temos de perceber aquilo de que os consumidores estão à procura, mas sem chegar ao ponto de ‘sequestrar’ o computador de um utilizador e sermos nós a ditar quanto tempo é que podem passar online por dia.” Apesar das várias diferenças entre mercados e utilizadores, Maggie Stanphill garante que há algo que é comum em todo o globo. “Sabemos que os pais estão sempre preocupados com o tempo que os filhos passam online e isso é algo que está a alavancar muita desta estratégia.”
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