Já há robôs a trabalhar nos vários armazéns da Amazon, mas ainda com limitações. Numa visita ao armazém de Baltimore, o responsável pela área de robótica explicou que a automação completa só será possível “dentro de pelo menos dez anos”.
A possibilidade de os robôs virem a substituir os humanos tem sido uma das grandes preocupações da escalada tecnológica nos últimos anos. A Amazon tem sido um dos exemplos do uso de robôs, nomeadamente para as operações de logística e, em modo de projeto-piloto, a entrega de pequenas encomendas.
Numa visita com os jornalistas ao armazém de Baltimore, nos Estados Unidos, Scott Anderson, o diretor de robótica da Amazon, citado pela Reuters, refere que a substituição completa de humanos nos armazéns da gigante de e-commerce não vai acontecer a curto prazo. Apontando que a tecnologia destes robôs “ainda é muito limitada”, Scott Anderson indica ainda que a automação completa “demorará pelo menos dez anos”. E isto só não acontecerá mais depressa pelas limitações da tecnologia, apontou.
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Neste momento, os robôs que operam nos diferentes armazéns da Amazon têm funcionalidades limitadas. Por enquanto, não conseguem agarrar em produtos de caixas sem danificar artigos que estejam à volta, por exemplo. No ano passado, um incidente com um robô até levou alguns trabalhadores ao hospital, justamente por danificar uma lata de repelente para ursos.
A Amazon, que conta com mais cerca de 647 mil empregados (dados da Statista, de 2018), tem sido várias vezes criticada pelas condições de trabalho que oferece aos seus trabalhadores, especialmente nos armazéns. Há queixas de poucas pausas para descanso ou objetivos a atingir que são pouco realistas, por exemplo. Um dos relatos mais recentes foi publicado pelo The Verge, que teve acesso a documentos que mostram vários despedimentos, justificados pela falha em atingir quotas de produtividade.
A preocupação da automação no retalho
Este ‘roadmap’ da automação completa da Amazon pode dar algum alento aos mais preocupados, mas a automação no mundo do retalho continua a deixar muita gente ansiosa.
Nos Estados Unidos, onde a Amazon tem grande parte dos seus armazéns, a automação e eventual substituição de humanos por robôs tem sido uma preocupação, tendo em conta a quantidade de pessoas que trabalham no setor do retalho. Os estudos apontam que entre 6 a 7,5 milhões de postos de trabalho no retalho possam ser alvo de automação nos próximos anos (dados do relatório do Cornerstone Capital Group).
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Em 2017, cerca de 16 milhões de pessoas (um em cada dez trabalhadores nos Estados Unidos) trabalhavam na área do retalho. Os dados apontam que são os operadores de caixa quem mais está em risco de ver o seu trabalho substituído. Ainda para mais quando a própria Amazon está a apostar em lojas sem filas ou caixas registadoras.
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